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Comportamento

Acidente com filha de 3 meses fez vida de Ruth começar do zero

Alice teve um traumatismo craniano e sul-mato-grossense precisou reaprender a ser mãe

Por Aletheya Alves | 05/09/2024 07:05
Ruth conta que alegria é acordar todos os dias com Alice melhorando. (Foto: Osmar Veiga)
Ruth conta que alegria é acordar todos os dias com Alice melhorando. (Foto: Osmar Veiga)

Durante a gestação de Alice, Rutileia Vansuela tomou todos os cuidados e construiu a maternidade de uma forma bastante tranquila. Mas, três meses após o nascimento da filha, um acidente fez com que a vida das duas recomeçasse e, no caminho, Ruth precisou reaprender a ser mãe.

“Apesar de todas as dificuldades que todos nós passamos, sei que tenho saúde para correr atrás dela. Ela está aqui comigo e isso é o que me dá força”, resume sobre como tem levado a vida nos últimos anos.

Voltando para os dias em que Alice ainda era um bebê, a mãe explica que morava em Maracaju. “Alice sofreu um acidente de carro com meu pai e teve traumatismo craniano, gerando a paralisia cerebral. Ficou internada por três meses e eu tive que reaprender todos os cuidados”.

A intenção era continuar na cidade, mas o consenso entre os médicos com o passar do tempo foi de que a família precisava se mudar para Campo Grande e ter mais acesso à rede pública de saúde.

Desde então, ela passou pelo Cotolengo e começou a receber tratamentos como fisioterapia e fonoaudiologia. “Meu pai, que é minha família e me dá força, continua em Maracaju. O cotidiano aqui é bem corrido, eu tive que parar toda a minha vida para cuidar dela, porque Alice é totalmente dependente de mim, até mesmo para respirar”.

Entre os cuidados com banho, limpeza de casa, alimentação, consultas e busca por medicação, Ruth destaca que o reaprender também envolveu a necessidade de estar cercada de pessoas.

Apesar do conjunto de palavras “rede de apoio” parecer algo simples e já batido, quem sente ainda mais sua necessidade destaca que não é algo tão comum. No caso da mãe, ela diz que sua sorte foi e continua sendo estar cercada de pessoas em seu caminho.

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Sempre tem pessoas ajudando porque sozinha eu não conseguiria chegar até aqui. Tem muita gente por trás de tudo o que tem acontecido. Eu agradeço muito às pessoas de Campo Grande, às amigas, às mães por me ajudarem”.

Antes do acidente, alguns sonhos existiam para Ruth. A ideia era terminar os estudos e tentar se tornar policial, mas a rotina com a filha fizeram com que os planos ficassem de lado.

Hoje, ela narra não saber como será seu futuro nesse sentido, então a reconstrução de si mesma envolveu e continua envolvendo a necessidade de pensar no agora. E, nesse presente, de se manter saudável.

“Eu sou feliz apesar das dificuldades que passo com ela, não é fácil cuidar de uma criança com paralisia. Às vezes, o recurso nem sempre está a favor das crianças com deficiência. Mas eu preciso estar bem para cuidar dela, então essa felicidade vem de dentro de mim”.

E, vendo todos os dias que já se passaram e o que vem sendo construído, Ruth destaca que ela e Alice aprendem a enxergar a vida em dupla. “Ela me trouxe a vontade de viver cada dia mais. Então, agradeço pela saúde e pela oportunidade de cada amanhecer para cuidar dela”.

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