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Comportamento

Alan lembra em foto da época que metal dominava sem o sertanejo universitário

A lembrança é do início dos anos 90, num cenário em que o Nirvana e grupos de heavy metal faziam a cabeça dos jovens

Eduardo Fregatto | 13/07/2017 06:25
Alan Cesar, ao centro, com a camiseta do Sepultura, e os amigos do bairro que morava, o Conjunto União. Eles conversam até hoje. (Foto: Acervo Pessoal)
Alan Cesar, ao centro, com a camiseta do Sepultura, e os amigos do bairro que morava, o Conjunto União. Eles conversam até hoje. (Foto: Acervo Pessoal)

Em comemoração ao Dia do Rock, o #TBT de hoje conta a história de um dos metaleiros das antigas de Campo Grande. A foto acima foi tirada no início dos anos 90, provavelmente em 1993, quando o bancário Alan Cesar Gonçalves, hoje aos 39 anos, tinha apenas 15. 

Em suas redes sociais, ele publicou a lembrança de quando o estilo musical que bombava entre os jovens era o rock, e não o sertanejo universitário. "Foi bem na época da explosão do grunge, com o Nirvana", recorda. "Todo mundo se reunia no sábado à noite. A gente ouvia Pearl Jam, Sepultura, Iron Maiden, Metallica... Eram vários tribos, de punk, grunge, heavy metal, era muita gente".

Alan conta que o principal ponto de encontro dos roqueiros de Campo Grande era a conveniência Cerv Já, que funciona até hoje na Afonso Pena, mas na época ficava em outro ponto da avenida. "Era um mar de gente vestida de preto", descreve. "Tinha também o Bar Fly em sua primeira versão. Os shows de rock no Albano Franco lotavam. Veio Raimundos, Titãs. Era um movimento muito forte".

O primeiro show de Alan foi no Ginásio da Mace, no início dos anos 90, pra ver a banda de heavy metal Dr. Sin, que era referência no gênero e veio de São Paulo para Campo Grande.

As camisetas pretas das bandas favoritas eram compradas na Rock Show, loja que ainda existe, também na Afonso Pena. "Era nosso uniforme, não saímos de casa de outro jeito". A camiseta preferida de Alan é a que aparece na foto, com estampa da banda Sepultura.

Ele relata que costumava reunir os amigos do bairro, o Conjunto União, e cair pra noite curtir o som que gostavam. "A galera não tinha carro, eram tempos diferentes. A gente saía pela noite". Uma banda regional que fazia sucesso era a banda de heavy metal Vaticano 69. "Com certeza muita gente lembra", aposta Alan.

Da cena atual de rock, Alan não conhece tanto. Um dos nomes mais recentes que ele prestigiava é a banda Bêbados Habilidosos. "No cenário cultural de MS, o rock ficou pra segundo plano", lamenta o bancário. "Se a população quer ouvir outra coisa, não tem jeito. Mas ainda tem lugares bons, o Blues Bar, o 21, por exemplo", cita.

O grupo de amigos roqueiros do União se fala até hoje. Foram juntos, depois de adultos, a um show do Pearl Jam. E a ironia é que todos se deram bem na vida. "As pessoas que olhavam pra nós e pensavam que não tínhamos futuro acabaram quebrando a cara", brinca Alan.

Dos tempos de glória do rock, restaram mesmo as saudades. "Era um ato de rebeldia da gente, as pessoas olhavam estranho. Mas era muito tranquilo, não tinham brigas. Os músicos do metal são considerados os melhores do mundo. Pros fãs seguir algumas bandas é como uma religião. Rock é estilo de vida", finaliza. 

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