Amor pelos bichos é tanto que Júlia os tatuou no braço para nunca esquecer

Durante a infância, o sonho da maquiadora Júlia Lopes era ter um animalzinho de estimação. Ela vivia com a avó, que sempre teve muitas plantas e gostava de tudo arrumadinho em casa e não deixava bicho nenhum chegar perto. “Chegava a chorar, mas ela não permitia”, lembra.

Hoje Júlia está com 21 anos, e foi só no início da adolescência que conseguiu ter seu primeiro animal de estimação, o labrador Hajj, um presente de seu pai. “Ele tinha viajado para Santa Catarina, na casa de uma tia. Ela tinha uma cadela que havia acabado de ter filhotes, então pegou um e trouxe pra mim. Quando vi a caixa de longe já percebi o que era e comecei a gritar de emoção, uma vizinha até pensou que estava passando mal”, recorda.

Quando Hajj estava com 4 anos a avó de Júlia faleceu e ela ficou muito mal. O cachorro percebeu e também se entristeceu junto com a tutora. Para saírem da depressão ela foi atrás de uma nova amiga, foi aí que a Sofia, que também é labradora, entrou na vida dela, trazendo de volta a alegria para os dois. “Ela chegou toda feliz, nos alegrou muito, trouxe de volta nossa vontade de fazer as coisas”, conta.

Com o tempo ela adquiriu um outro cachorro que veio a falecer. E há três anos a Maria Bonita, uma gatinha preta, chegou à sua casa. “Vi que estavam doando uma gata no Facebook, falando de uma gatinha bem dócil. Sempre gostei de gatos também, resolvi adotá-la. Quando ela chegou e abri a caixa ela estava bem arisca, quis me arranhar. Mesmo assim continuei com ela e já estamos há um tempão juntas”, afirma.

No ano passado Maria Bonita teve filhotes e Júlia ia colocar todos para a adoção. No entanto teve uma que ela se apegou tanto que não conseguiu dar. A gata ganhou o nome em homenagem à mãe, se chama Mariazinha. O carinho entre as duas é tanto, que chegam a dormir de conchinha. “Às vezes estou com ela no colo, saio pra ir no banheiro e ela começa a chorar. Quando chego do trabalho ela vem correndo para o meu colo, é uma companheira e tanto”, descreve.

A última a entrar para a família foi a gata Maria Isabel. Júlia estava a caminho do cinema, para assistir o filme “Quatro Vidas e Um Cachorro”, que fala sobre a amizade de humanos e cachorros, quando ouviu um miado na hora em desceu do carro. “Foi como um pedido de ajuda, não podia deixar o bichinho ali, a levei pra casa também”. O filme que ela ia ver acabou ficando para outro dia.

Assim a família de Júlia ficou completa. E para mostrar que o amor que sente pelos animais que tem ela resolveu tatuá-los no braço esquerdo. Primeiro fez a tatuagem dos dois labradores dentro de um coração. Nesta semana, com a tatuadora Paty Lady's, tatuou o rosto das três gatinhas, uma embaixo da outra, escrito The Maria's em cima.

“Fiz a tatuagem para me lembrar para sempre do amor deles, meus animais me trazem muita paz, olho as tatuagens e me sinto muito bem, sei que tenho eles como meu porto seguro, como amigos fiéis”, acredita.

No ano que vem os cinco vão acompanhá-la na mudança para Santa Catarina. Júlia irá morar com o pai, ele já foi pra lá. Ela adiou sua ida para que o pai consiga uma casa que abrigue todos os bichos. “Tenho esse compromisso com eles desde que os peguei, para onde eu for os levarei. Tem gente que acha que sou muito aficionada, meio doida até, mas quando nos vê juntos, vê todo o amor, entendem”, finaliza.

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