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Comportamento

Aos 5 anos, filha brilha ao lado da mãe nas rodas de capoeira

Jamylle leva Isabella, de 5 anos, para a capoeira, para que a pequena aprenda a importância desde pequena

Bárbara Cavalcanti | 03/10/2021 08:15
Jamylle com a filha, Isabella, de 5 anos de idade, juntas na capoeira. (Foto: Arquivo Pessoal)
Jamylle com a filha, Isabella, de 5 anos de idade, juntas na capoeira. (Foto: Arquivo Pessoal)

A capoeira é uma parte inseparável da supervisora de callcenter, Jamylle Damasceno, de 29 anos. O impacto se estende para a vida da filha, Isabela, de 5 anos, que desde a barriga já sabia o que era luta. Colocar a filha em contato com o esporte desde pequenininha, para Jamylle, é só o primeiro passo para que Isabella entenda o significado maior que a capoeira tem.

“Na minha vida, capoeira é ancestralidade, é renascimento. Na dela, hoje, é um lugar muito acolhedor para crianças, então é onde ela brinca e se diverte muito. Mas eu não vou precisar falar, vai ser consequência ela entender que a capoeira é resistência”, expressa.

Na frente, Jamylle na brincadeira na roda de capoeira, enquanto Isabella observa ao fundo. (Foto: Arquivo Pessoal)
Na frente, Jamylle na brincadeira na roda de capoeira, enquanto Isabella observa ao fundo. (Foto: Arquivo Pessoal)

Jamylle é natural de Guarulhos, São Paulo, mas só foi efetivamente entrar em contato com a luta aqui em Campo Grande. Desde pequena tinha curiosidade em saber mais sobre a prática. Hoje, estuda Educação Física inclusive para poder futuramente se envolver mais com a capoeira.

“Lá em Guarulhos era algo muito inacessível, era uma cidade muito grande, meus pais não tinham essas condições. Quando minha família chegou aqui, meu pai me colocou na capoeira. De início eu fiquei com medo, eu lembro que eu pensava que jamais seria capaz de fazer aquilo”, relembra entre risadas.

A relação de Jamyllle com a capoeira já tem quase uma década, mas ela pegou firme mesmo com a frequência apenas desde dois anos atrás. “A capoeira pra mim foi onde eu me redescobri. Foi onde eu aprendi a dar valor à história, onde essa parte da história começou a fazer sentido. A capoeira é muito importante pra mim, principalmente como mulher negra e solteira. Quando eu não faço, chega fico triste”, comenta.

Jamylle à esquerda brincando na roda de capoeira no Centro Comuntário da Mata do Jacinto. (Foto: Arquivo Pessoal)
Jamylle à esquerda brincando na roda de capoeira no Centro Comuntário da Mata do Jacinto. (Foto: Arquivo Pessoal)

O amor pela capoeira já passou para Isabella, mesmo que a pequena ainda não sinta todo o significado que Jamylle. “Ela ainda não entende, mas eu quero que ela vivencie. E ela gosta muito, ela vê os outros brincando e se empolga, vai sempre arrumadinha com a roupa dela. E quando ela crescer, eu acredito, que ela vai sentir, vai ser uma consequência”, reforça.

Isabella toda vestida com as roupas da capoeira. (Foto: Arquivo Pessoal)
Isabella toda vestida com as roupas da capoeira. (Foto: Arquivo Pessoal)

A alegria de Isabella com a capoeira já é desde agora motivo de alegria de Jamylle. Durante a conversa com o Lado B, a própria pequena inclusive não deixa de querer participar da conversa ao ouvir falar na capoeira.

Semanalmente, as duas vão para o Centro Comunitário da Mata do Jacinto, brincar no Projeto Nova Capoeira. De acordo com Jamylle, os professores Murilo Gadelha e Giovanna Nantes, têm técnicas de incluir e prender a atenção das crianças que a deixa impressionada.

“Eles são muito disciplinados e prendem mesmo a atenção dela. Nessa idade, qualquer coisa faz com que ela se desconcentre, mas eles conseguem fazer com que ela preste atenção ali, é incrível. E ela já brinca bastante, tem brincadeira que ela faz que eu fico aflita, mas que ela já consegue”, ri.

Jamylle ainda tem um olhar otimista para o futuro da cena da capoeira. “O cenário está mudando bastante. Por exemplo, hoje em dia existem muitas pessoas que se formam em educação física especificamente para dar aula de capoeira. Acredito que quando a Isabella crescer, vai evoluir ainda mais”, comenta.

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