Aos 74 anos, Edmilson faz até árvore de concreto para enfeitar casas
Com mais tempo sobrando, o aposentado conta que faz questão de usar a criatividade em todo canto
“Isso é a idade, eu sou curioso e vou criando”, resume Edmilson José dos Santos sobre as invenções que cria sempre que pode. Aos 74 anos, ele construiu até árvores de concreto para enfeitar casas e colocar em prática o gosto pela criatividade.
Na Rua Vassoural, bairro Mata do Jacinto, quem passa ao lado dos troncos até acredita que são naturais. Só parando e dando algumas ‘batidinhas’ para comprovar que os pedaços de madeira, na verdade, são feitos de tijolos.
Proprietário de alguns kitnets, Edmilson conta que faz questão de realizar a manutenção dos espaços para tirar as ideias da mente e transformar em realidade. “Antes de mexer na da Vassoural, eu já tinha feito pinturas de pedras também”.
Mas, foi realmente no segundo endereço que a parte artística entrou mais em contato com quem passa pela rua. Ali, o aposentado decidiu que iria tomar as referências da memória sobre árvores que já viu e aplicar.
“Comecei a fazer o tronco de árvore com tijolos, é um passatempo e acaba ficando bonito. O pessoal para, faz fotos e criei até um de 2,5 metros. Eu coloco os tijolos, uso cimento e vou trabalhando com ele”, diz Edmilson.
Para fazer com que os objetos pareçam reais, o aposentado diz que pensa tanto na idade das “cascas” até os espaços que insetos usariam para entrar nos troncos. “Como já tenho certa idade, isso ficou na minha mente. Sei como é, então vou fazendo tudo isso”.
Longe de ser um trabalho demorado, as criações levam poucos dias para serem finalizadas. No caso dos troncos, Edmilson levou dois dias para completar o trabalho.
“Eu sempre gostei de mexer com coisas diferentes. Agora, na pandemia, minha sogra teve um problema de saúde e nos mudamos para o Interior para cuidar dela. Fiquei pensando no que iria fazer fechado em um apartamento e resolvi escrever um livro”.
Nesse período, o que tomou a mente do aposentado foi um romance trágico sobre o período da pandemia. “Se chama Campo Grande Apocalíptico e estamos no processo de produzir ele, finalizando para lançar”, diz sobre a ficção.
E, sobre sua relação com os processos artísticos, Edmilson brinca que seus trabalhos nunca se relacionaram com essa área. Mas, ainda assim, a paixão pelo diferente prevaleceu.
“Cheguei em Campo Grande em 1984, trabalhei em uma loja veterinária, depois fui vendedor em muitas lojas e me aposentei como vendedor de cesta básica. Foi a partir daí que comecei a construir alguns kitnets”, explica.
E, neles, a liberdade para a criatividade correr solta pôde, finalmente, ser garantida.
Confira a galeria de imagens:
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