Aos 9 anos, Jaja emociona com desenho e pedido contra feminicídio
Não é à toa a importância de cada mulher se levantar contra o feminicídio. Quando há união a força dentro da luta aumenta e inspira até mesmo os pequenos. A pequena Jasmile Kuna Jeguaka, de 9 anos, é prova disso. Em uma live que marcou o lançamento de uma contra o feminicídio “Nem Pense em Matar” ela também fez a diferença.
Carinhosamente chamada de Jajazinha pela mãe e amigos, ela fez um desenho durante a live e mostrou às participantes que não esconderam a emoção. Jaja é guarani kariowá da Reserva Indígena de Dourados e registrou com seu lápis um pedido contra a violência que atinge mulheres. Além de desenhar as participantes da live e passarinhos que, segundo ela, “são a força e a proteção para todas elas”.
“A luta das mulheres significa uma coisa muito boa, porque eu sempre estou junto da minha mãe e estou acostumada a ver ela conversando com as pessoas, por isso eu sempre penso em fazer um desenho”, explicou pelo telefone sobre a obra.
Para a mãe, indígena e ativista Jaque Aranduhá, o momento foi de muita emoção. “Jaja é uma criança iluminada. Foi gestada em luta e resistência. Desde que ela nasceu ela segue na luta comigo todos os dias. Por ser minha maior companheira, onde eu estou ela ela está ocupando os espaços comigo e na live desta semana não foi diferente”, explica.
Mãe conta que logo no início da apresentação on-line, Jaja sentou-se ao lado do computador e começou a desenhar. “Em seguida apresentou o desenho, que ficou lindo. Ela é muito participativa e ativa na luta dos povos indígenas e mulheres em geral, espaços que eu estou sempre presente”, destaca.
A campanha nacional contra o feminicídio "Nem Pense em Me Matar” se apoia na ideia de que “quem mata uma mulher mata a humanidade”. A iniciativa lançou um tuitaço com informações sobre os números de feminicídio no país com a hashtag #NemPenseEmMeMatar, ficando no 7° lugar no Top Trends Brasil do Twitter, além de uma petição on-line que, em 24 horas de campanha, já tem mais de 28 mil assinaturas.
Com repercussão nacional, a campanha também encontra espaço dentro de Mato Grosso do Sul. De acordo com o Mapa do Feminicídio, apenas no ano de 2019, no estado, 30 mulheres foram vítimas de feminicídio, e 98 sobreviveram para contar suas histórias. A cada mês, 130 mulheres registraram BO por estupro e a cada semana, 150 mulheres sofreram agressões físicas tipificadas como lesão corporal dolosa.
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