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Comportamento

Após 4 anos rezando, Maria correu para mostrar 'milagre' dentro de casa

Maria Rosa correu até à casa da vizinha para que ela testemunhasse milagre alcançado com filho

Thailla Torres | 07/02/2023 09:05
Maria considera vizinhança sua família e guarda fotos até dos filhos de alguns. (Foto: Thailla Torres)
Maria considera vizinhança sua família e guarda fotos até dos filhos de alguns. (Foto: Thailla Torres)

Há 4 anos, quem viu a situação de José Pereira Silva após um atropelamento duvidou que um dia ele voltasse a andar e falar. Menos uma pessoa nessa história perdeu a esperança: Maria Rosa Moreira, de 83 anos, que há quatro anos acorda às 4h da madrugada para rezar e pedir pela recuperação do filho. Na última sexta-feira (03), ela correu até à casa da vizinha em busca de alguém que testemunhasse um ‘milagre’. José levantou da cama e andou pela primeira vez.

Há dois meses ela já tinha vivenciado outro momento emocionante. José falou após quase quatro anos sem dizer uma palavra. Até então, só os olhos diziam por ele.

As primeiras palavras, como “quem é?” e “Francisco”, nome de seu irmão, só fortaleceram a esperança de uma mãe que desde o acidente não saiu mais de casa. Maria cuida do filho e da casa 24 horas por dia e conta com auxílio de uma equipe de home care.

Com auxílio de enfermeiros, José faz em casa atividades que auxiliam na retomada dos movimentos. Cada novo movimento do braço ou das pernas vira motivo de agradecimento para mãe, que reza dia e noite.

A televisão pequena da sala é intocável. Maria assiste a programação de um canal católico e realiza todas as orações. Já compartilhou foto e história dos filhos através do whatsapp disponibilizado pela emissora e acredita que suas preces têm sido atendidas.

No dia em que José conseguiu ficar em pé e dar os primeiros passos, ela não pensou em outra palavra para definir o momento. “Foi milagre, eu não tenho dúvida, foi milagre”, diz.

Maria deixa os terços na cama hospitalar do filho. (Foto: Thailla Torres)
Maria deixa os terços na cama hospitalar do filho. (Foto: Thailla Torres)

Miudinha no tamanho, mas com uma força que quase não cabe no corpo. Dona Maria lembra que correu até a casa da vizinha, a jornalista Regina, e tocou a campainha emocionada. “Quando eu saí, dei de cara com José andando. Foi emocionante. Então eu corri para pegar o celular e filmar esse momento pra ela”, conta Regina, que há anos acompanha a luta de Maria.

Maria diz que seguirá rezando incansavelmente para que o filho melhore e recobre a memória. “Ele ainda não se lembra de mim, não recorda que eu sou a mãe dele, mas um dia ele vai lembrar, tenho fé”, diz a mãe.

Mãe acredita que pequenos avanços também são decorrentes de sua fé na recuperação do filho.
Mãe acredita que pequenos avanços também são decorrentes de sua fé na recuperação do filho.

Acidente – Há quatro anos, José estava de bicicleta a caminho de uma agência bancária quando um motorista furou o ‘pare’ e atropelou José. Ele sofreu traumatismo craniano, perde massa encefálica e perda dos movimentos.

José ficou dois meses em coma na Santa Casa de Campo Grande. Quando acordou teve alta e passou os últimos anos sob cuidados, sem andar e falar.

Maria lembra de sua força no dia do acidente. “Ligaram no meu celular, eu estava sozinha. O Corpo de Bombeiros ainda tentou pedir para que eu chamasse alguém, mas eu pedi para ele falar o que tinha acontecido. Fui muito forte graças às minhas orações”.

Desde então ela segue rezando e diz que não vai desistir. Até porque, essa não foi a primeira tragédia vivida em família. “Já perdi meu marido e um filho em acidente de carro há 20 anos, criei os filhos sozinha, mas Deus e Nossa Senhora nunca me abandonaram”, diz mostrando as imagens bem cuidadas na estante e os terços que estão na cama do filho junto ao soro.

Além da televisão com programação católica, santos são intocáveis na estante.
Além da televisão com programação católica, santos são intocáveis na estante.

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