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Comportamento

Bastou 1h15 para 1º jovem aparecer bêbado e ver a festa acabar mal na Esplanada

Lado B acompanhou trabalho da Cruz Vermelha e do posto de atendimento médico da Sesau montado na Esplanada Ferroviária

Paula Maciulevicius Brasil | 26/02/2020 06:12
Atendimento em caso de embriaguez começa pelos socorristas da Cruz Vermelha.
Atendimento em caso de embriaguez começa pelos socorristas da Cruz Vermelha.

O colorido do Carnaval se apaga quando o folião começa a ficar de "farol baixo". O excesso de álcool, típico da festividade, é visível aos olhos de quem para de pular e fica só observando a cena. Ficamos de plantão na frente da Plataforma Cultural na noite de segunda-feira (24), onde todo centro de atendimento e primeiros socorros foi montado para os blocos que se concentram na Esplanada Ferroviária.

Por mais que pensássemos que 18h fosse cedo para a embriaguez fazer "vítimas", bastou 15 minutos de espera para que a Cruz Vermelha desse o start nos atendimentos. 

A jovem chegou às 17h na festa e 1h15 depois, carregada pelo namorado e por um socorrista da Cruz Vermelha e, adentrou os portões da plataforma, às 18h15. Desacordada, não dava conta de andar e foi colocada deitada no espaço de atendimento da Cruz Vermelha. 

O primeiro passo foi checar os sinais vitais. Ao mesmo tempo em que a coordenação dos primeiros socorros colhe os dados com o acompanhante. Maior de idade, a jovem tem 21 anos e junto do namorado, de 23 anos, são músicos.

Atordoado pela cena, o namorado pergunta o que pode fazer, e ouve dos socorristas para pegar água. Até havia água no QG montado na Plataforma Cultural, no entanto ele nem esperou e foi comprar na barraca em frente, na rua. 

A foliona foi colocada sentada e mal conseguia abrir os olhos. Tomou um pouco de água e foi abanada. O namorado também lhe ofereceu chocolate, na tentativa de colocar glicose no organismo dela. 

Nas mãos do rapaz estava o restante da fantasia, um girassol e um copo de abacaxi, além da garrada de água comprada. Por questão de privacidade e a pedido do casal, não identificamos com nomes. 

Simpático e preocupado com a situação, ele contou ao Lado B que eles mal chegaram no bloco. "Chegamos lá pelas 5h. Não sei o que houve, acho que ela não comeu", tentou explicar. Com 1h de festa e misturando cerveja e vodka, a menina começou a passar mal e foi amparada pelo namorado. 

Passados 14 minutos sem melhora, a foliona foi encaminhada para o posto de atendimento montado pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) com médico, equipe de enfermagem e assistente social. Logo depois de entrar na galeria de vidro, que foi tampada com papel pardo, ela vomitou, às 18h29.

O atendimento ali é praticamente o de repor líquido com soro e, se necessário, encaminhar para o hospital. Do lado de fora da sala, o namorado falava com os amigos para explicar o que aconteceu. E, pasmem, para ele a festa não havia acabado. "Ela vai melhorar, sarar e vamos voltar", disse. 

Nos dias anteriores, as ocorrências envolvendo embriaguez começavam por volta das 20h ou 21h. E, na maioria, as vítimas da mistura alcoólica eram adolescentes. Até uma criança de 12 anos chegou a ser atendida, conforme noticiado pelo Campo Grande News. No entanto, como a folia já entrava no terceiro dia, a bebedeira antecipou o atendimento. "O pessoal está vindo virado dois dias seguidos, estão fracos, não se alimentam. Aí começa mais cedo mesmo", explica um socorrista da Cruz Vermelha. 

Coordenadora de Primeiros Socorros da Cruz Vermelha, Joelma Souza, relata que apesar de ser proibida a venda para menores, os adolescentes são as maiores vítimas em números e também em mentiras. "A gente questiona se bebeu, se comeu, se usou algum outro tipo de bebida ou drogas e alguns falam, outros não e mentem nome, idade, passa o telefone errado de pai e de mãe", descreve.

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