Black é o pastor-alemão que já treina para tornar as crianças mais felizes
Pastor-alemão tem participado de sessões de cãoterapia com crianças da Associação Juliano Varela
Ter um cachorro por perto já é sinônimo de alegria, mas e se ele também ajudasse no desenvolvimento e no bem-estar de crianças com necessidades especiais? Essa é a proposta de Black, um filhote de pastor-alemão que está sendo treinado para atuar na cãoterapia na Associação Juliano Varela. Com apenas quatro meses, ele já conquista corações e transforma a rotina dos alunos.
A iniciativa partiu do voluntário Bruno Nóbrega, tutor de Black, que sempre teve interesse na interação entre cães e pessoas em situação de vulnerabilidade. Inspirado em projetos semelhantes, ele decidiu fazer o mesmo por aqui. "Vi esse trabalho em Recife, onde cães visitam UTIs e ajudam crianças com câncer. Já está comprovado que eles reduzem o estresse e estimulam a liberação de hormônios como a dopamina, que promove o bem-estar", explica Bruno.

Além dos benefícios emocionais, o contato com o cachorro também pode ajudar no desenvolvimento motor e cognitivo das crianças. "O Black vai interagir de várias formas. Elas podem dar banho nele, observar seus movimentos e até falar sobre isso. Pequenos detalhes como esses estimulam a fala e a interação social", detalha Bruno.
Para muitas crianças, o primeiro encontro com o Black é um desafio. Algumas têm medo de animais, mas a curiosidade logo vence a hesitação. "A interação com os cães quebra barreiras. Algumas crianças que não interagem muito com as pessoas se sentem mais à vontade com os animais, porque sabem que não serão julgadas", conta Stefhanne Nery, psicóloga e coordenadora escolar da entidade.
O projeto ainda está no começo, mas os efeitos já são perceptíveis. "Eles não saem de perto do Black! Temos que organizar horários para cada turma, porque todo mundo quer brincar com ele", conta Stefhanne. A presença do cachorro também ensina os alunos a respeitar limites. "Diferente de um brinquedo, um cão é um ser vivo, então eles aprendem a respeitar o tempo do animal e a interagir com paciência", explica.
O filhote vai participar das atividades na escola duas vezes por semana. O plano é que, em cerca de um ano, ele esteja pronto para atuar também em hospitais e outros ambientes de alta demanda emocional. "Ele está sendo preparado desde pequeno para lidar com diferentes situações. Muitas vezes, as crianças ficam agitadas, há barulho, mas ele precisa manter a calma. Esse treinamento faz toda a diferença", explica Bruno.
Além da cãoterapia, Black também terá um papel educativo. Ele usará o lenço "Brio Laranja", símbolo de uma campanha de conscientização sobre adoção responsável e combate aos maus-tratos a animais. "Ele vai visitar escolas para ensinar as crianças a respeitar e cuidar dos bichinhos. Assim, além de ajudar no desenvolvimento infantil, ele também espalha uma mensagem importante", destaca Bruno.
Aos poucos, a cãoterapia no Juliano Varela vai ganhando espaço e conquistando alunos, professores e pais. "Nosso ambiente sempre foi acolhedor, mas agora ficou ainda mais especial", comemora Stefhanne.
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