Carinho e diversão da equipe amenizam saudade em lar de idosos
Antes de exercer a profissão de cuidador de idoso, Igor De Andrade Silva Trindade, 25, cuidou da bisavó, a dona Ernestina Maciel da Silva que viveu até os 100 anos e se despediu da vida em maio do ano passado. Antes partir ela fez um pedido ao bisneto: que ele cuidasse dos idosos da mesma maneira que um dia cuidou dela.
É com essa lembrança que Igor conta como se tornou cuidador e hoje é um dos mais animados na instituição em que trabalho, o Sirpha. O sorriso nas fotos, apesar de coberto pela máscara, é a alegria que ele sente em poder realizar um sonho da bisavó e proporcionar, mesmo que por algumas horas do dia, momentos de alegria para idosos que desde o início da pandemia tiveram visitas suspensas e estão há meses sem poder abraçar voluntários, colegas e outros profissionais que iam até o local.
Como de costume, na instituição há o evento ‘aniversariante do mês’, mas sem poder receber visitas, Igor ao lado da equipe técnica e de cuidadores, pensaram em forma de trazer alegria aos moradores. “Exatamente como eu fazia com minha bisavó. Então fui chamando meus colegas de trabalho para fazer um dia especial. Nos vestimos de super-heróis, ou roupa de personagem para tirar ao menos um sorriso lindo do rostinho deles, amenizado um pouco a saudade da família. Afinal, somos a família de muitos ali”.
Igor vestiu a camisa, comprou bexigas e entregou para cada um. A equipe se organizou para inserir na comemoração música ao vivo, com voz e violão. “Tiramos muitas fotos. Teve idoso que cantou, dançou e sorriu. Foi um dia especial e eu realmente pude ver a felicidade no olhar deles”, descreve.
A equipe também fez um mutirão de corte de cabelo e barba nos homens e pintura de unhas nas mulheres. “Junto com a equipe continuaremos a fazer o ‘aniversariante do mês’ com pouco mais de ênfase, claro, seguindo todos os protocolos de biossegurança, mas tentando oferecer o máximo de alegria e vivência de idosos. Por isso, se tornou importante engajar toda a equipe, inclusive de cuidadores”, explica o enfermeiro e chefe de equipe Anderson Gonçalves, 25 anos
As fotos são de alegria e emocionou a assistente social Nathália Grabowski, que também atua na instituição. “O resultado foi incrível, os níveis de estresse reduziram radicalmente, tanto nos idosos, quanto nos funcionários, que estão sofrendo muito nesse período pela preocupação do que pode estar por vir”, explica.
E por mais que tenham conseguido evitar até o momento a chegada da doença aos idosos, a equipe sente a necessidade de fazer algo diferente para o dia a dia deles. “Principalmente porque nossa convivência tornou-se ainda mais intensa”.
No Sirpha, a equipe é composta por enfermeiro, psicóloga, assistente social, nutricionista, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudióloga, técnicos de enfermagem e cuidadores de idosos e todos se empenharam nesta ação.
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