Carnaval de 1980 era mais divertido com talentos de mãe costureira
Na década de 1980, a jornalista e a mãe se divertiam comprando tecidos e montando as fantasias
As melhores lembranças que Grace Marinho tem do Carnaval remontam a década de 1980 quando podia ser de pirata a estrela de televisão. Para conseguir usar a fantasia que quisesse, a jornalista tinha como principal aliada a mãe Maria Floripes que costurava as roupas com dedicação ímpar.
Foram muitos carnavais na rua, aproveitando os bloquinhos e a folia. Grace achou que só tinha lembranças desse tempo guardadas na memória, porém recentemente achou na casa da mãe algumas fotografias.
No ‘TBT’ de hoje, a jornalista compartilha os registros, as histórias por trás dele e como a mãe era a principal responsável por tornar os desejos em realidade.
Apesar de hoje preferir passar o Carnaval afastada dos blocos de rua, ela tem um grande carinho pela fase que vivia a festa de perto. “Minhas principais lembranças são dos carnavais de rua, da alegria, dos blocos, homens vestidos de mulher, grupos de bate-bola. As matinês nos clubes em que minha mãe ficava vigiando, mas de longe, deixando a gente brincar à vontade. Tinha muito confete, aquelas estrelinhas bem pequenas, coloridas e brilhantes que a gente colava com saliva no rosto, no corpo”, diz.
Na turma de amigas, Grace era sempre quem aparecia com a fantasia mais caprichada e diferente. Semanas antes da folia começar, ela e a mãe iam para a rua atrás de tecidos e adereços para a fantasia que ano a ano nunca se repetia.
“Minha mãe me fazia sentir a princesa do Carnaval porque minhas fantasias eram as mais caprichosas, únicas. Eu desenhava, ela costurava. A alegria começava quando começávamos a andar de loja em loja de tecido, buscando o que eu sonhava. Ela economizava em cada centavo. Mas não economizava nos meus sonhos”, destaca.
Além de dedicar tempo atrás dos tecidos que a filha queria, Maria não poupava esforços para deixar as roupas na medida e caimento adequados. As alfinetadas que levava é mais uma recordação que a artista plástica tem, porém passar por isso valia a pena.
“Era sempre do jeito que eu idealizava, caprichosa, perfeita no corte, nos arremates. Nessa hora eu pouco me importava com as alfinetadas no corpo, nas inúmeras vezes que ela me fazia experimentar as peças. Fui cigana, fui pirata, fui Jeannie (a do gênio da lâmpada), fui Odalisca”, fala.
Na foto que encontrou na casa da mãe, que faleceu há 1 ano, Grace se viu com a fantasia que mais gostou de usar. O registro é de 1981 ou 1982 e nele Grace aparece como a Jeannie, que no seriado americano era interpretada pela atriz Barbara Eden.
“A fantasia amarela e dourada da Jeannie foi uma das que mais me marcou. Além de amar o seriado sobre o gênio que fazia mágicas mexendo o nariz e era apaixonada por um astronauta lindo, a fantasia tinha transparências que revelavam curvas e barriga numa época que isso não era normal fora do Carnaval”, afirma.
Para a filha de uma professora e um militar essa liberdade fazia parte da magia do Carnaval. Grace aproveitou, brincou e muito com todas as fantasias que a mãe costurava. Hoje o que fica é a saudade da mãe e de um Carnaval que não volta mais. “Era uma alegria genuína, boa demais, tomava conta da alma da gente e a gente só queria brincar”, destaca.
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