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Comportamento

Casal vive relacionamento há 23 anos morando em casas separadas

Eles moram na mesma rua e se encontram quando querem, mas, há 23 anos namoram sem nunca ter juntado as escovas de dente

Thailla Torres | 12/06/2020 06:10
Silva e Edleusa vivem história de amor há 23 anos, mas em casas separadas. (Foto: Thailla Torres)
Silva e Edleusa vivem história de amor há 23 anos, mas em casas separadas. (Foto: Thailla Torres)

Acredite se quiser. O casamento de José Hilton e Edleusa dá certo assim: cada um em sua casa. Eles moram na mesma rua e se encontram quando querem, mas, há 23 anos namoram sem nunca ter juntado as escovas de dente numa morada só.

“Quem sabe mais pra frente, né?”, dispara José, que cai na gargalhada ao lado da namorada, esposa, companheira ou amorzinho, não importa o substantivo, o que vale para eles é ver o outro feliz todas as manhãs. Em dias tristes, andam menos de 30 metros para um abraço apertado e a frase: “calma, eu estou aqui”.

A situação, embora ainda não seja convencional, pode ser a receita de felicidade conjugal para algumas relações, acredita o casal. (Foto: Arquivo Pessoal)
A situação, embora ainda não seja convencional, pode ser a receita de felicidade conjugal para algumas relações, acredita o casal. (Foto: Arquivo Pessoal)

Os dois moram na mesma rua no Residencial Betaville. Não fosse a casa de um vizinho, os dois seriam companheiros até de muro. Mas isso é só um detalhe. Quem observa de fora a relação já cansou de perguntar quando os dois vão casar ou porque decidiram namorar por tanto tempo sem nunca terem se mudado para a mesma casa.

“Nunca sentimos a necessidade, foi algo tão natural que, quando começamos, entramos em um acordo que naquele momento não teria como eu me mudar para a casa dele e nem ele vir para a minha casa, então fomos construído nossos sonhos juntos, em casas separadas, mas sempre participando um da vida do outro”, explica Edleusa.

A história de amor começou depois da separação dela, que é natural da Bahia e tinha recém se mudado para Campo Grande. Na época, quando chegou no bairro, ainda estava casada, para o sofrimento do coração de José que jura ter sentido o coração bater forte quando viu a vizinha pela primeira vez. “Uma baiana bonita que só, fiquei bravo de ver que uma vizinha linda, mas casada, que tinha se mudado para cá. Mas fiquei na minha”, conta.

Um dia, quando soube da separação de Edleusa, ele teve o primeiro contato. “Vi ela chegar de bicicleta e conversar comigo sobre o material de construção que ela precisava deixar aqui no terreno dela. Naquele dia lembro de falar para ela não ir embora para a Bahia”, ri.

Há casos em que morar em casas separadas parece ser uma boa solução, mas não se não souber ter companheirismo perde todo o sentido, diz José. (Foto: Arquivo Pessoal)
Há casos em que morar em casas separadas parece ser uma boa solução, mas não se não souber ter companheirismo perde todo o sentido, diz José. (Foto: Arquivo Pessoal)

Ela ficou, e pouco tempo depois, entre olhares e sorrisos, os dois se beijaram pela primeira vez. “Naquela época ele já morava com a família e eu na minha casa com os meus filhos. Então, não havia como a gente juntar todo mundo na mesma casa, e assim continuamos, sem planejar mudanças”, diz Edleusa.

Nessa caminhada ela terminou a construção da casa e José viu crescer sua oficina mecânica. Um apoiando o outro, os dois participaram juntos de cada edificação de sonho, mas sempre respeitando a individualidade do outro.

O tempo juntos é de amor e planejamento da aposentadoria. “Eu sei que um dia a gente vai morar junto, e se Deus quiser lá na terra dela, numa ilha da Bahia, lugar lindo demais assim como ela”, diz José, que o mesmo de bom humor tem de romantismo.

A situação, embora ainda não seja convencional, pode ser a receita de felicidade conjugal para algumas relações, acredita Edleusa. “Em primeiro lugar é preciso ter respeito, com isso você alcança maturidade e tem um relacionamento saudável, e honesto, claro, diz se querendo dizer que “liberdade sim, libertinagem, não”.

Alcançar um equilíbrio dentro dessa autonomia não é nada simples. Há casos em que morar em casas separadas parece ser uma boa solução, mas não se não souber o sentido de companheirismo perde todo o sentido, completa José. “É preciso entender que só a casa é separada, mas que a união está dentro da gente. Eu sei tudo dela e ela sabe tudo de mim. Não estamos juntos só na felicidade, estamos juntos no perrengue também. Durante todos esses anos tivemos dificuldades, claro, mas por saber que um estava com o outro, a gente conseguiu vencer e viajar mais do que a gente imaginava”, ri.

Inclusive, viagem é o maior investimento do casal. Enquanto tem gente que passa os fins de semana comprando decoração para a casa, José e Edleusa gostam mesmo é de organizar a próxima viagem. “Pelo menos uma viagem por ano a gente tem que fazer. Esse 2020 não haverá férias por causa da pandemia, mas ano que vem a gente vai se programar. Nossa casa é viajar junto”, diz ela.

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