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Comportamento

Clube criado junto com Moreninhas é lembrança de 15 anos de diversão

Clube de Dona Izabel e Seu Mário começou como pequeno comércio até virar local de diversão da região

Bárbara Cavalcanti | 11/12/2021 08:00
Foto da foto de pessoas dançando em antigo Clube Flash Dance. (Foto: Arquivo Pessoal/Henrique Kawaminami)
Foto da foto de pessoas dançando em antigo Clube Flash Dance. (Foto: Arquivo Pessoal/Henrique Kawaminami)

Um dos lugares mais badalados das Moreninhas na década de 1980 era o Clube do Flash Dance, que ficava na Rua Friburgo, sob o comando do casal Izabel de Souza Rocha, de 66 anos e Mário José Lacerda, de 74 anos. Ele surgiu exatamente junto com o bairro, mas, ironicamente, agora é uma Igreja Universal. Enquanto Seu Mário sente falta das festanças, Dona Izabel diz não sentir nem um pingo de saudades. “Claro que ele sente saudade, ele só vivia dançando”, se diverte a feirante.

O casal faz parte do grupo de primeiros moradores do bairro. Dona Izabel é descendente de baianos, enquanto Seu Mário é do Piauí. Naquela época, Seu Mário relata que era permitido pela prefeitura apenas um tipo de comércio em cada estabelecimento.

Dona Izabel mostrando algumas das fotos de antigamente. (Foto: Henrique Kawaminami)
Dona Izabel mostrando algumas das fotos de antigamente. (Foto: Henrique Kawaminami)

“Eu tive a ideia de fazer um lugar onde os caminhoneiros pudessem ir ao banheiro e comer durante a viagem”, relembra. “Assim, fui lá na prefeitura e pedi licença. Aos poucos, a coisa foi aumentando, até por fim, virar o clube”, relata.

O clube funcionava das sextas aos domingos e tinha de tudo um pouco: flashback, forró e até bailão. Dona Izabel e Seu Mário, inclusive, se divertiam entre os convidados. Mas é ele quem domina as fotos em meio à festança.

Dona Izabel e Seu Mário em registros antigos dentro do clube. (Foto: Arquivo Pessoal/Henrique Kawaminami)
Dona Izabel e Seu Mário em registros antigos dentro do clube. (Foto: Arquivo Pessoal/Henrique Kawaminami)

“Uma vez, deixei minha barba crescer por dois anos. Então, um dia no clube, fui lá escondido fazer minha barba. O pessoal tirou foto de tudo. Apareci em meio às pessoas, todo lisinho, e ninguém me reconhecia”, ri.

Registros de quando Seu Mário fez a barba para surpreender as pessoas. (Foto: Henrique Kawaminami)
Registros de quando Seu Mário fez a barba para surpreender as pessoas. (Foto: Henrique Kawaminami)

Já Dona Izabel inclui entre os bons momentos, também as situações problemáticas. “Isso aqui dava muita confusão, era uma bagunça danada”, acrescenta.

O local funcionou por quase 15 anos. As coisas começaram a minguar quando um funcionário foi morto a tiros no local, a tragédia, por fim, foi o que resultou na decisão de fechar de vez o estabelecimento.

“Mataram um segurança meu, o Antônio. Eu gostava muito dele. A gente já estava cansando, então, quando aquilo aconteceu, estragou o clima. Depois, também tive umas dificuldades financeiras, então, decidimos vender”, detalha Seu Mário.

Quem comprou foi a Igreja Universal. A ocupação principal do casal é vender legumes na feira. Ao serem questionados sobre o contraste entre o clube e a atual igreja, apenas dão risada. “Foram eles que compraram, então, é isso”, expressa Izabel.

Igreja Universal agora é o que ocupa o lugar do clube. (Foto: Henrique Kawaminami)
Igreja Universal agora é o que ocupa o lugar do clube. (Foto: Henrique Kawaminami)

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