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Comportamento

Colar de girassol é conquista de visibilidade à pessoa com deficiência

Símbolo é opcional e não substitui a apresentação de documento comprobatório de deficiência

Natália Olliver | 27/07/2023 14:59
João Victor com o colar, durante uma viagem a Aparecida do Norte (Foto: Aqruivo pessoal)
João Victor com o colar, durante uma viagem a Aparecida do Norte (Foto: Aqruivo pessoal)

O colar de girassol, utilizado por pessoas com deficiências ocultas, ou seja, aquelas que podem não ser percebidas de imediato - como por exemplo, a surdez, autismo, e deficiências cognitivas - é uma conquista de inclusão e visibilidade. O símbolo não substitui os documentos comprobatórios, quando solicitados, mas previne mal-entendidos e garante mais segurança aos usuários. De acordo com a Lei 14.624/23,  sancionada no Senado na última segunda-feira (17), o uso é opcional.

Naína Dibo, ativista nacional dos direitos de pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista), é mãe de João Victor, de 14 anos, que tem autismo. Ela conta que a sociedade não reconhece pessoas com TEA. “O autismo não tem cara. O cordão de girassol é um ganho tremendo que já é usado a nível mundial. E agora em nível nacional vai ajudar muitas pessoas.”, disse.

De acordo com ela, demorou muito pra que o uso acontecesse no Brasil, visto que no exterior o simbolo já era usado. "Ele já usava há muito tempo fora do país e agora aqui [Brasil] quando viaja. Toda vez que vamos para fora, usamos o do girassol. Antes, ele usava o do autismo, mas passamos a usar o do girassol porque nos aeroportos eles foram o primeiro a ter o preparo para reconhecer", disse.

A assistente social Josimara Pasqualini Reese acredita que o cordão com girassóis é o estopim para que a população possa identificar e contribuir para evitar gatilhos que geram crises a pessoas com autismo. Ela é mãe do Vitor Hans, 11 anos, que também tem o espectro, mas no nível 2.

“Por serem deficiências ocultas não visíveis, quando uma pessoa com deficiência oculta está na fila preferencial ou estacionamento, às vezes são questionadas por algum cidadão que não vê a deficiência, com um bom trabalho de mídia e comunicação esperamos ter menos prejuízos e estresse”, finaliza.

Pela necessidade de entender melhor o autismo e poder se comunicar melhor com o filho, Josimara e outras famílias fundaram a instituição "Pro D Tea", onde as pessoas que têm TEA são acolhidas em fase de investigação de diagnósticos, grupos de autoajuda e terapias.

Telma Nantes, subsecretária de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência, ressalta que as pessoas com deficiência precisam viver a vida e não viver a deficiência. E que o símbolo de girassol serve também para que a sociedade seja mais respeitosa e empática.

João usava os dois colares em viagens internacionais com os pais (Foto: Arquivo pessoal)
João usava os dois colares em viagens internacionais com os pais (Foto: Arquivo pessoal)

“A invisibilidade das pessoas com deficiência é uma constante, quando nós falamos das pessoas que têm uma deficiência invisível isso se torna ainda mais grave, muitas vezes passam por alguns constrangimentos e situações difíceis e essa identificação que é o colar de girassol, vem mostrar para a sociedade que as pessoas estão ali e precisam de respeito”.

Colar - Além de ser um instrumento de empoderamento, o colar de girassol promove o respeito, a empatia e a inclusão. O objetivo é que elas sejam cada vez mais visíveis e valorizadas, dentro de novos contextos de inclusão e acessibilidade.

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