Como sempre, o ano começa com promessas de dar fim à preguiça
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No primeiro dia útil depois da festança de Ano Novo, a cidade já se mostra movimentada, não como nos dias “normais”, mas com gente disposta a espantar a preguiça e colocar novos planos em prática. Deixar o sedentarismo de lado é um dos principais objetivos em comum.
As academias não amanheceram lotadas nesta quarta-feira (3), pelo contrário. O movimento era mais de clientes antigos, acostumados à rotina que exige disposição, força de vontade e bom humor, mas também tinha gente em busca de um “novo corpo” e qualidade de vida.
Assumindo e anunciando ser “o cara mais muxiba”, o pedreiro Lazaro Gonçalves Teixeira, de 68 anos, optou por esticar as pernas ao ar livre, na Academia da Terceira Idade da Praça Ary Coelho.
O projeto não é emagrecer, mas manter o peso. “Não passo dos 80”, garantiu, ao comentar que passou a “malhar” desde que o local foi reinaugurado.
À tarde, antes das 15h, em uma academia localizada na área central, havia um cliente apenas, mas não era aluno novo. Aos 67 anos, Nilson Franzine não abandona os aparelhos.
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O empresário, que hoje vive uma vida mais saudável, resolveu mudar os hábitos há 15 anos, por recomendação médica. À época, apresenta problemas de pressão alta, colesterol e diabetes. Atualmente, tem a “saúde de ferro”.
Para quem pretende enfrentar a nova rotina, a dica de Nilson é simples, mas eficiente: “Não ter preguiça e começar. Se não fizer isso, não vai”, disse.
Foi o que comentou o proprietário da empresa, Gabriel Teixeira, de 21 anos, mas com uma ressalva que merece reflexão. Não adianta procurar a academia em busca de milagre e do corpo perfeito em dois, três meses. Não resolve.
“São dois tipos: o magrinho que quer ficar grande e o grande que quer ficar magrinho”, exemplificou.
A procura, acrescentou, aumenta no início do ano, mas o pico é o pós-carnaval, quando o brasileiro, no ditado popular, volta a trabalhar. A média de alunos novos é de 80 a 100 no período de dezembro a janeiro. Este ano, até agora, apenas 60 fizeram matrículas.
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A justificativa para a paradeira foi a mesma dada por Kristofer Alencar, de 26 anos, personal trainer de uma academia que funciona com sistema de atendimento personalizado.
O local vai abrir hoje à noite para duas clientes novas, de 22 e 28 anos. “As duas falaram que era meta para o Ano Novo praticar exercícios físicos”, comentou o personal.
Há 9 anos na profissão, ele já conhece a história e diz que, em média, os alunos novos ficam 3 meses na academia, mas acabam desistindo por falta de estímulo e motivação.
Onde trabalha, por exemplo, a estratégia é a fidelização por meio de reavaliações físicas que mostram resultados e competições entre os próprios clientes. Em academias “comuns”, é mais difícil, argumentou. A dica é não manter o mesmo treino para não cair, novamente, na monotonia.