De presente, Zezé ganhou parabéns em muro para todo mundo ver

Ao invés de um presente tradicional, a surpresa da família para comemorar os 80 anos de Josefa Gonçalves de Oliveira foi um ato simples, mas que deixou o coração da bisavó ainda mais feliz. Com tinta em mãos, os filhos reforçaram os parabéns no muro de casa para todo mundo ver.

Agora, quem passa pela Rua Francisco Martins de Souza, no Jardim Colibri, sabe que a dona da casa é, definitivamente, amada. E, sem problema nenhum com a demonstração de carinho, dona Zezé fica feliz todas as vezes em que alguém pergunta sobre a nova frase estampada.

Sem ser diferente, logo que chegamos à casa para perguntar sobre a frase, a expressão de dúvida no rosto da senhora se transformou em um sorriso largo. “Isso aí foram meus filhos que fizeram. Pode entrar que eu vou te contar melhor, foi meu aniversário”.

Na casa em que mora há mais de quatro décadas, o muro com pintura verde desbotada permanecia o mesmo até que o aniversário chegasse. Para celebrar o marco dos 80, a família resolveu fazer uma festa simples para reunir todo mundo e, ao fim, a alegria foi contagiante.

“Sei que com a festa, eles decidiram fazer essa frase e colocar porque é isso, já sou mãe, vó, bisavó e agora só falta ser tataravó. Acho que dá tempo”, brinca Zezé.

Natural de São Paulo, ela conta que se mudou para Campo Grande há quase 50 anos ao lado do marido para trabalhar. Desde então, não deixou mais Mato Grosso do Sul e criou um laço com a cidade.

Tanto é que quando chegou ao Jardim Colibri, nem mesmo energia elétrica existia na região, tendo visto todas as mudanças no bairro. Até por isso, com tantos vizinhos a conhecendo, explica que muita gente entende a demonstração de amor no muro.

Olhando diariamente para a frase, dona Zezé conta que faz questão de manter o humor e encontra motivos variados para isso. “O único problema é que se eu quiser arrumar um namorado e mentir a idade, não posso mais. Agora todo mundo sabe mesmo que já tenho 80, aí fica difícil”, brinca.

Viúva, Josefa explica que passou mais da metade da vida casada e, desde que perdeu seu esposo para o câncer, decidiu que de companhia apenas manteria sua família. “Deus me livre de arrumar outro homem, não quero não. Sempre pensei também que ia ter um casamento só, então foi assim”.

Ainda sentindo falta do companheiro, ela completa que o amor dos filhos, netos e bisnetos tem compensado as dores da perda. E, com a alegria reativada todas as vezes em que olha para o muro, sente que ainda há muito mais tempo para manter as piadas e sorrisos em dia.

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