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Comportamento

Depois da oração, como casais religiosos sabem a hora do namoro?

Muitos casais cristãos passam por um processo de oração antes de namorarem, mas quando e como essa resposta chega?

Lucas Mamédio | 28/08/2020 07:11
Taynara e Flávio orando antes de começarem o namoro (Foto: Arquivo Pessoal)
Taynara e Flávio orando antes de começarem o namoro (Foto: Arquivo Pessoal)

Em algumas tradições religiosas é comum a orientação para que os jovens só se relacionem se for para namorar, e esse namoro deve ser abençoado por Deus. Essa benção, ainda segundo os costumes, só vem por meio das orações das duas pessoas que querem ficar juntas.

Resumidamente, em diversas igrejas cristãs, os jovens que se interessam um pelo outro, passam um período orando para saberem se a relação vai dar certo ou não, isso antes de qualquer relação afetiva consumada, seja a mais simples.

Mas em que momento, nesse período de oração, chega a resposta de Deus? Como é esse processo e como recebem o “feedback” divino? O Lado B conversou com alguns casais.

Tayana conta que se interessou e começou a orar sozinha antes mesmo de Flávio (Foto: Arquivo Pessoal)
Tayana conta que se interessou e começou a orar sozinha antes mesmo de Flávio (Foto: Arquivo Pessoal)

Taynara Rocha Menezes, jornalista de 23 anos e Flávio Rodrigues Padilha, 25 anos, que trabalha como atendente de farmácia, passaram por esse processo, que é chamado de “corte”, derivado do verbo “cortejar”. Eles são da Igreja Batista Imperial.

Na corte, as igrejas tentam estabelecer laços mais profundos entre os casais antes do namoro para evitar frustrações futuras. Isso inclui, em alguns casos, o compromisso de não se beijar, muito menos do sexo, mas só em alguns casos.

No caso de Taynara e Flávio, o interesse inicial partiu dela, que já começou a orar antes dele. Eu que comecei a gostar dele primeiro, ele nem gostava de mim (risos). Aí eu já comecei a orar pedindo para que se não fosse da vontade de Deus, que ele afastasse da minha vida, mas nós começamos a nos aproximar e ser amigos, apenas, porque como disse, ele não me queria. Mas, eu continuei orando, aí ficamos na amizade, conversávamos sempre, nos conhecemos bem em seis meses, desses seis eu passei dois orando sozinha”, conta Taynara.

Foi aí que, segundo Taynara, o jogo mudou. “Até que ele começou a perceber que eu estava muito próxima e demonstrava interesse, foi onde ele me perguntou o que estava acontecendo, aí eu falei que estava tendo sentimentos por ele e o chamei pra orar juntos. Oramos durante uma semana às três horas da manhã. As resposta veio através do espírito santo”.

Taynara afirma que a resposta sobre a “viabilidade” ou não daquela relação chega por meio desse conversa com o espírito santo, que são sentimentos que demonstram se vai dar certo. “Como ele é um espírito, ele conversa com a gente. Nós temos revelações. Por exemplo, quando eu orei, o espírito santo me falou. O espírito santo é uma pessoa, que nós cristãos temos comunhão diária e conversamos com ele. Essas palavras eram respostas porque tinha a ver com o que tínhamos pedido, mas a confirmação do espírito é algo mais intenso”.

Mas esse não é um processo exclusivo das igrejas evangélicas, também acontecem na Igreja Católicas. Dayse Cristina Neves de Carvalho Pissurno, missionária de 30 anos e Bruno Bobadilha Pissurno, estudante de 27 anos, se conheceram na igreja, na Comunidade São Francisco de Assis. Hoje são casados.

Bruno e Dayse acreditam que a oração ajuda na solidez da relação após ele iniciar (Foto: Arquivo Pessoal)
Bruno e Dayse acreditam que a oração ajuda na solidez da relação após ele iniciar (Foto: Arquivo Pessoal)

“Depois de um tempo quando ambos sentiam algo a mais um pelo outro, a Comunidade foi nos conduzindo nessa espera, para entendermos primeiramente qual a vontade de Deus a nosso respeito. Esse período de espera e discernimento durou cerca de um ano. Depois disso iniciamos um processo de 40 dias de oração, que é um período de criar intimidade com Deus juntos, e também aprofundar o conhecimento um de outro, sua história de vida, defeitos, pecados, medos, enfim, como que conhecer o outro “por dentro”, para só então dar um passo pro namoro”, conta Dayse.

Para Bruno a resposta surge exatamente nesse processo de conhecer o outro. “Porque não é um relacionamento somente baseado na atração física, e sim na união dos propósitos, no buscar a Deus juntos. Então quando percebemos isso podemos dar um passo com mais convicção”.

Deyse afirma que esse é um processo fundamental para a solidez da relação depois que ela se inicia. “A castidade nos oferece isso, construir um relacionamento, uma futura família realmente num alicerce sólido, não somente pelas vontades da carne. Um relacionamento assim realmente tende a ser mais duradouro. Claro que isso não significa que estamos “blindados” e imunes de crises, mas esse tempo de espera e preparação, realmente nos capacita mais para enfrentar esses momentos difíceis”.

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