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Comportamento

Depois de erro em hospital, Anna tatuou a diabetes tipo 1 nos dois braços

Anna resolveu tatuar o recado que pode muito bem falar por ela até se a jovem estiver inconsciente

Paula Maciulevicius Brasil | 06/12/2019 06:12
Por falta de um aviso, são dois sobre diabetes tipo 1. (Foto: Kísie Ainõa)
Por falta de um aviso, são dois sobre diabetes tipo 1. (Foto: Kísie Ainõa)

O antebraço direito e o punho esquerdo avisam que Anna Lethicia tem diabetes tipo 1. Descoberta no ano passado, por acaso, depois de passar mal e receber a última coisa que precisava, glicose no corpo, Anna resolveu tatuar o recado que pode muito bem falar por ela até se a jovem estiver inconsciente.

Em maio do ano passado, em uma viagem a São Paulo, a médica veterinária passou mal e chegou com quadro de vômito ao hospital. A primeira coisa que a equipe que a atendeu pensou foi que uma jovem, de madrugada, só podia estar vindo de uma festa.

Sem fazer nenhum tipo de exame ou teste, aplicaram glicose. "Eu estava muito mal, com quadro de cetoacidose, uma complicação da diabetes 1. Em nenhum momento testaram se eu tinha diabetes, eles simplesmente ministraram", conta Anna Lethicia Vilela, de 25 anos. 

Anna Lethicia só soube da diabetes ano passado, depois de ir parar no hospital. (Foto: Kísie Ainõa)
Anna Lethicia só soube da diabetes ano passado, depois de ir parar no hospital. (Foto: Kísie Ainõa)

Ao ver a piora de Anna, as amigas que estavam junto resolveram levar ela para outro hospital. "Era começo da madrugada, a gente tinha ido no hospital mais próximo, aí me levaram para outro com estrutura um pouco mais sofisticada e lá fizeram o teste. Perguntaram se eu tinha diabetes, eu falei que não, que haviam aplicado glicose e eles disseram que não justificava o índice e que eu tinha diabetes sim", lembra.

Depois que exames confirmaram o diagnóstico ela jurou para si que iria tatuar, assim que pudesse, o alerta. "Eu sempre viajei sozinha fazendo especialização e você estar fora, desacompanhada e passar mal é complicado", acredita Anna.

À época, Anna tinha marcado uma viagem para os Estados Unidos e pensou que se voltasse a ficar inconsciente ou desmaiasse, ter a tatuagem ajudaria no socorro do serviço de emergência. Com três meses de diagnóstico, a 12ª tatuagem veio, duas vezes o símbolo da diabetes. "Tenho tatuagens como tantos outros símbolos que não tem necessariamente uma motivação forte, essa tem. Foi pensando num episódio que mesmo eu inconsciente possa ajudar uma pessoa que não conhece a minha história a me atender".

A escolha do local também foi estratégico. No antebraço direito, um pouco acima de onde se acessa a veia e também no pulso esquerdo, caso uma equipe de socorro venha a aplicar alguma coisa. "Fiz universalmente o símbolo da diabetes tipo 1 para que quem vier me medicar, ver meu diagnóstico", resume.

Anna Lethicia convive bem com a diabetes. Administra insulina todos os dias, cuida da alimentação, pratica exercícios físicos e evita comer carboidratos. "Esse tipo de escolha alimentar favorece o controle da minha glicemia. Também tenho que controlar o estresse, porque o simples fato de eu estar irritada eleva a glicose", conta.

O controle é feito pelo teste e Anna se fura várias vezes ao dia. "É uma doença complexa, que exige muito cuidado, mas cada um tem uma realidade", alerta.

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A escolha do local também foi estratégico: onde a equipe de saúde sempre vai ver na hora de aplicar algum remédio. (Foto: Kísie Ainõa)
A escolha do local também foi estratégico: onde a equipe de saúde sempre vai ver na hora de aplicar algum remédio. (Foto: Kísie Ainõa)
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