Dono que apela por amor em bilhete diz que está há 13 anos encalhado
Jorge colou o recado por se sentir sozinho e cansado de ser "passatempo" das mulheres
O misterioso galanteador do bilhete colado em um poste da Avenida Gunter Hans enfim foi revelado: Jorge Soares, de 65 anos, é a pessoa por detrás da súplica de amor escrita à mão. A pedido dele não revelaremos o nome completo do romântico à moda antiga.
Ao Lado B, o Policial Militar aposentado conta que colocou a mensagem por estar cansado de ser tratado como "passatempo" pelas mulheres e se sentir sozinho. A procura é por pretendentes solteiras ou viúvas, com ou sem filhos para uma relação séria.
O que chamou atenção da mulherada nas ruas de Campo Grande é que Jorge fala sobre romance “sem violência”, se referindo ao feminicídio. Questionado sobre o motivo da citação, ele afirma que os casos são rotineiros e que assiste diariamente homens matando mulheres. Ele jura que a intenção era boa e não motivo para medo ou desconfianças.
“Eu quis dizer que é verdade, todo dia eu vejo na televisão os homens matando mulheres. Elas não estão acreditando nos homens, porque sempre aprontam. Eu quis dizer que sou bom, que sou tranquilo, quieto”, comenta rindo.
Viúvo há 13 anos, pai de três filhos e um neto de 10 anos, Jorge dá risada da situação um tanto quanto inusitada e assume que deseja um relacionamento sério. “Tive a brilhante ideia de colocar em um poste, na frente de um ponto de ônibus e próximo a um mercado aqui do bairro. Coloquei lá porque é movimentado. As mulheres desconfiam que sou viúvo há mais de 10 anos e acham que é trote”.
Essa não é a primeira vez que Jorge cola os bilhetes no local. De acordo com ele, a façanha já foi realizada ao menos três vezes. “Escrevi vários bilhetes, sempre no mesmo ponto, porque eu vou lá no mercado e sempre tô lá. Pensei em colocar em outros lugares já. Preguei umas três vezes, mas um rapaz arrancava, falava que era mentira”.
Até o momento, Jorge recebeu algumas ligações, mas todas foram frustradas. “Recebi várias ligações. Teve algumas interessadas, elas falam que vão vir aqui e não vem. Se não recebesse nada iria voltar a colocar outro bilhete lá”.
Sobre o uso apenas do segundo nome, Jorge afirma não gostar do primeiro. Natural de Corumbá, o PM aposentado reside há 40 anos em Campo Grande, mais da metade da vida. Depois da morte da esposa e crescimento dos filhos, Jorge mora sozinho. Em determinado momento da entrevista ele se limita a dizer sobre a esposa falecida. Mas evidencia o amor e o desejo que sentia pela companheira.
“Ela faleceu por problemas de saúde, hipertensão. Nunca tivemos uma briga em 33 anos de casados. Era uma paz, era uma teteia, baixinha, branca dos olhos verdes. Me sinto sozinho, esse é um dos motivos de procurar uma pessoa”.
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