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Comportamento

Eles podem, mas só quem acrescenta sobrenome depois do casamento é a mulher

Anny Malagolini | 03/03/2014 06:21
Eles podem, mas só quem acrescenta sobrenome depois do casamento é a mulher
Desde outubro, Patrícia está em processo de mudança de nome.

Tudo muda com a mesma rapidez que volta a ser moda. Em tempos de muitos casamentos daquela forma tradicional, com pompa e circunstância, o que era detalhe esquecido ganhou novamente importância na relação entre os casais. Acrescentar o sobrenome do marido voltou a ser uma das escolhas na hora do "sim". 

A assistente administrativa Patrícia Rodrigues da Silva, de 23 anos, fez questão de ganhar o sobrenome do marido “de Almeida Paz”. “Todo mundo da família usa e me senti na obrigação. Brinco com isso desde o namoro”, conta. Segundo ela, para o nome não ficar muito longo, a ideia foi tirar o sobrenome do próprio pai do registro. “Não pertenço mais à família dele e sim a do marido”, justifica.

Patrícia se casou em setembro do ano passado e desde outubro está enfrentando as complicações para trocar a documentação, que até agora não ficaram prontas.

Eles podem, mas só quem acrescenta sobrenome depois do casamento é a mulher
Desde outubro, Patrícia está em processo de mudança de nome.

Tabeliã há mais de 20 anos, Cíntia Pereira dos Santos, acredita que hoje, acrescentar um novo sobrenome não é tão comum como foi há décadas passadas. “Hoje está divido”, comenta. Cíntia lembra que a possibilidade do homem usar o sobrenome da esposa é recente, mas ainda não não emplacou. Segundp ela, os casais de 19 a 21 anos são os que geralmente fazem a opção. “Os mais jovens gostam das mudanças”, aponta.

Para quem vai se casar e já está pensando se deve ou não fazer a troca de sobrenomes, a tabeliã explica que quando o casal dá entrada no processo do casamento no cartório, já é comunicada a decisão. Os noivos devem levar as certidões de nascimento atualizadas. O processo é encaminhado ao juizado, que analisa o pedido de união, e no prazo de 40 a 90 dias, o casamento pode ser enfim oficializado. Começa então o período de substituição dos nomes nos documentos, o que é consumado em 6 meses em média.

O meu ou o seu? - Uma das dúvidas mais frequentes é em relação a qual sobrenome escolher. A tabeliã explica que a história de que só pode ser utilizado o último sobrenome é “lenda”, então, fica a critério do casal.

Também é permitido retirar um dos sobrenomes para adicionar outro. Para isso, durante os procedimento para o casamento civil, será preciso fazer um requerimento ao promotor e anexar certidões negativas, comprovando a idoneidade da pessoa. “Uma pessoa que quer retirar o sobrenome tem que comprovar que não está sendo processada para não burlar a lei com a mudança”, explica.

E quem escolheu fazer a mudança e se arrependeu, a tabeliã diz que durante o processo de análise, o pedido pode ser cancelado.

Ainda em lua de mel, a fisioterapeuta Marina Belini, 31 anos, que se casou no dia 15 de fevereiro, conta que de forma “automática” acrescentou o último sobrenome do marido ao seu nome. “É uma forma de comprovar que nos unimos em um matrimônio”, acredita, mesmo ainda não sendo oficial. Já o marido, continua com o nome de batismo, o que para ela, é normal. “O dele já é longo. É mais comum a mulher acrescentar”.

Apesar de estar com nome novo, a fisioterapeuta ainda não fez a troca de documentos. Por isso, continua assinando como solteira.

Casada há três meses, a psicóloga Rayane de Abreu Schunke, de 26 anos, agregou o sobrenome “Justino”, do marido. A jovem conta que o esposo tinha vontade que ela usasse seu nome, apesar de não cobrar. “Eu nunca fiz questão e ele nunca me pediu. Eu queria manter meu nome, mas era uma vontade dele”, conta.

“Chegamos a um acordo, é para mostrar que estava casada. Deixei em aberto, se ela dissesse não, não seria um problema”, afirma o educador físico Leonardo da Silva Justino, de 28 anos, marido de Rayane.

Em caso de divórcio, o processo é semelhante. Assim que os papeis são assinados, começa o processo de retomada do nome original. Mas segundo a psicóloga, o importante é viver o momento e acrescentar um nome não muda a identidade pessoal “Se eu tirasse um nome meu, mudaria, eu entendo que estou com a minha mesma família”.

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