Em busca de acessórios, “caçadoras de biju” querem transformar peças em arte
A proposta é arrecadar colar, brinco e até presilha de cabelo para ensinar mulheres a terem renda e serem independentes
Com o objetivo de ensinar mulheres da periferia a terem sua própria renda, vem aí as "Caçadoras de Biju". O grupo está em busca de acessórios como brinco, anel, colar e até presilha de cabelo para transformar tudo em novas peças que podem virar tendência.
“Precisamos de matéria-prima, pois temos duas designers de joias que vão ensinar as alunas a transformarem as peças. A ideia da coleta é geral, pode ser tiara de cabelo, broche, colares, pulseiras, anéis, tudo que seja relacionada a bijuteria. Não trabalhamos com bolsas em cintos”, conta Silvia Tavares Farina.
Ela é professora, coordenadora e idealizadora da Escola de Mãe Luz, que visita alguns bairros de Campo Grande na intenção de ajudar as mães. O grupo conta com 18 voluntárias e contribui com os campo-grandenses desde 1998.
Agora, a iniciativa da escola é o projeto de arrecadação para transformação. A ideia partiu de Laís Rios, que é arquiteta e estudante de Biologia e foi abraçada pelas outras integrantes da equipe, como as designers de joias, Veruska Pereira e Neide Buzzo.
“Fizemos uma pesquisa e percebemos que é um mercado bastante promissor. As peças que recebermos serão higienizadas, classificadas, desmanchadas, depois vai para o site onde o valor da venda volta para a pessoa que fez a peça”, explica Silvia.
Para o projeto funcionar, elas pensam em inaugurar três bases na cidade. Um na região de Porto Galo, outra na aldeia indígena Darci Ribeiro e o último no Riviera Parque, perto do bairro Caiobá.
“São locais carentes. Vamos, geralmente, em igrejas ou centro comunitário e quando conseguimos, fazemos uma moto com som passar anunciando”, diz Silvia. O som vai avisar quando, como e quem poderá participar do curso para assim, elas conseguirem montar uma turma de 30 alunas em cada unidade.
Tudo isso deve começar no próximo mês, logo após passar toda folia de Carnaval. Enquanto isso, elas estão montando a identidade visual do projeto com a ajuda da artista cênicas, Maria Angélica, outros estudantes voluntários cuidando da parte do marketing.
Já que a proposta ainda está dando o ponta pé inicial, as participantes estão atrás de pontos de coletas para arrecadar o máximo de bijuterias possíveis para as aulas. “O ideal seria conseguirmos pessoas disponíveis a nos conceder os pontos. Devem ser em lugares que as mulheres circulam muito, como salão de beleza, clínica de ginecologia. Locais movimentados que possamos transformar nos pontos”, explica Silvia.
Enquanto isso não acontece, quem tiver bijuterias em casa e quiser doar pode entrar em contato com o grupo. “A Laís Rios vai fazer a conexão da pessoa com o grupo. Temos uma pessoa voluntária que trabalha com aplicativo de corrida e vai fazer a coleta, onde estiver”, comenta Silvia.
Se você é daqueles que têm um monte de bijuteria em casa, mas não usa, agora é o momento de se desfazer das peças de uma forma do bem e sustentável. Mais informações pelo contato (67) 9 9129-2590.
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