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Comportamento

Em casamento, netos fazem homenagem às histórias de amor das 3 avós

Thailla Torres | 07/05/2016 07:05

O casamento nunca foi algo esperado com ansiedade pela noiva. Ela acreditava que viveria sozinha. Nem as histórias de amor das avós fizeram-na pensar diferente. Até que um amor apareceu para fazer valer a pena e ela se vestiu de branco.

O esposo é dentista, ela, publicitária. Ele, de 30 anos, é tímido e ela é falante e extrovertida. Em meio às diferenças, juntos curtem rock e são fascinados por seriados. No dia a dia, as diferenças são o equilíbrio que os completam.

Por tudo isso, o dia do sim chegou. E na hora H, foi a sabedoria que roubou a cena. Os dois escolheram as avós para carregar as alianças. “Foi um dos melhores dias da minha vida”, comemora a noiva.

Diferente das festas que levam tempo para serem preparadas, eles optaram pela simplicidade e por um momento mais íntimo. Foram apenas 4 meses entre o pedido e o dia do casamento.

Em meio à escolha de tantos detalhes, ela quis que algo com significado muito maior fizesse parte daquele momento. Então, juntos, decidiram que as avós seriam a melhor surpresa da noite.

As histórias de vida das avós sempre foram uma inspiração para a publicitária. Para ele, o exemplo também veio de casa.

Uma das avós, de 71 anos, entrou na frente, carregando o par de alianças. Ela é avó paterna da noiva e foi um exemplo de persistência e luta. “Ela não desistiu do casamento e da companhia do meu avô. Mesmo após alguns anos de separação, ela nunca deixou de usar o sobrenome dele e, após algum tempo, reataram”, conta a neta.

Outra, de 89 anos, é avó dele. Entrou com uma rosa branca ao lado da avó materna da noiva. E a forma como mantém vivo o amor pelo marido, que já faleceu, é o que emociona o casal até hoje. “A dona ficou viúva aos 50 anos e ainda é apaixonada pelo marido. Todo mundo que a conhece, ela faz questão de contar sua história de amor, ressaltando a bondade do marido e o quanto ela sente saudade a todo o momento dele”, explica.

A terceira avó na cena, de 74 anos, foi mais um exemplo na vida da publicitária, ao cuidar do avô que sofreu de câncer. “Ela cuidou do meu avô todos os dias, esteve ao lado dele em cada momento no fim da vida. E, em nenhum momento, você via minha avó reclamar que estava cansada. Sabíamos que ela se cansava fisicamente, mas jamais reclamou. Eu percebia que ela fazia por amor e até hoje ela se emociona ao falar dele”, lembra.

As três histórias sempre tiveram um significado mais que especial para eles, por isso a homenagem. “Queríamos que elas também vivenciassem esse momento e soubessem o quanto a experiência de vida delas foi importante para a gente”.

A cerimônia não foi religiosa; um juiz de paz selou a união do casal. Quando as portas do salão se abriram para a noiva, ela entrou ao lado do pai e da mãe. A escolha foi para que os dois também pudessem viver a emoção de levar a filha ao altar. No lugar da marcha nupcial, tocou "Lucky Man", do The Verve, que é a canção que marcou a história de amor dos dois.

O casal se conheceu há 8 anos, durante uma festa de Carnaval, quando um amigo em comum fez com que ela saísse de Campo Grande para festejar em Corumbá. “Estávamos em uma festa e esse amigo disse a mesma coisa a nós dois, que um estava querendo ficar com o outro. E acabamos nos beijando naquela noite”, conta.

O que poderia ter sido apenas um encontro de Carnaval virou um relacionamento sério quando os dois decidiram se encontrar na Capital. Com interesses em comum, o amor falou mais alto e os dois começaram a namorar, moraram juntos e o casamento surgiu naturalmente.

Hoje, ela diz que não se arrepende de um tempo em que premeditava o próprio destino. Mas admite que adorou mudar de ideia e viver a dois. “Não me arrependo de nada. Somos muito felizes e acredito que hoje o casamento é isso, é uma parceria. Tem amor? Tem. Mas tem companheirismo, tem respeito e tem força para lutar juntos. Nada é perfeito, mas para mim, até os defeitos são bons”, comemora.

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