Em letras cor de rosa, gráfica anuncia a busca por mulheres que pilotem motos
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A placa com a escrita rosa anuncia a vaga para moto-entregador, mas com uma condição: a preferência é para as mulheres. Quando a história chegou ao Lado B a frase era uma só, com a oferta para "motoqueiras", mas depois de falarem que a nomenclatura não estava de acordo, a gerência optou pela troca, porém mantendo a firmeza. A vaga é delas.
O anúncio em questão é para uma gráfica na Rua 14 de Julho, nas redondezas do Comper, no bairro São Francisco. O porque da contratação direcionada, se torna matéria pela curiosidade. Geralmente se vê mais homens executando o serviço, mas dessa vez a gerente explica a razão. "A gente prefere mulher, porque elas cuidam melhor. Já tivemos três motoqueiras na loja, diz que não pode falar motoqueira, é motociclista, não é? Vivendo e aprendendo, eu não sabia", justifica Vânia Viana, conhecida por todos como "Benzão".
Por telefone, a personagem é uma figura, o apelido foi dado porque quem entrasse na gráfica ganhava um "bom dia benzão, boa tarde benzão" e ficou. O tom da voz e da entrevista não tem nada de pejorativo, nada de feminista ou machista, é só alguém que procura uma funcionária disposta a pilotar.
Os pré-requisitos para a contratação vem da própria experiência que as mulheres já deixaram lá. "Mulher é mais cuidadosa com a moto, presta atenção no negócio de óleo. Homem não, sai cantando pneu. 'Não é seu, não vou cuidar, sabe?'", compara.
No trânsito, a história de sair 'cortando' e furar semáforo também não está tão em evidência assim nelas. Pelo menos é o que sustenta a Benzão. "As mulheres que já estiveram aqui não tinha multa, nem de semáforo, essas coisas, entendeu? Elas também não correm muito, não judia da moto", enumera a gerente.
O trabalho é fazer serviço de rua, buscar e levar materiais até os clientes e em horário comercial, das 8h às 18h, com 1h de de almoço. A motocicleta, uma Titan, é fornecida pela própria empresa. "O que eu preciso? Se ela puder trazer um currículo e alguém de referência para eu ligar mais ou menos. Não tem muita dificuldade, coloquei já no Facebook, mas não deu certo", comenta.
A busca por uma motociclista mulher já vem de antes das eleições. Até agora, a gráfica não conseguiu preencher a vaga. "O povo está escolhendo muito hoje em dia e depois fala que não tem mais emprego". Às mulheres que quiserem, podem procurar a Multigráfica na Rua 14 de Julho, 3766.