Encontros reais em que a química no virtual virou “maior climão”
Um bom clima na internet não é garantia de um bom relacionamento na vida real – e teve quem descobriu isso do pior jeito possível
No feed do Instagram, timeline do Facebook ou na caçada no Tinder, surge uma mensagem espontânea, uma "cutucada" ou "match" com o crush... papo vem, papo vai, e o momento a dois no ambiente virtual parece bom. Mas quando finalmente há um encontro o resultado parece ser um desastre. Isso também ocorre com diversas pessoas que arriscam uma paquera pela internet.
Foi o que aconteceu com Nayara Franco, a professora de muay thai e estudante de psicologia de 27 anos. Em Campo Grande, conheceu nas redes sociais um médico de uma cidade vizinha que até então era "bem educado e querido". Por um tempo, o flerte se manteve pelo Instagram e WhatsApp. Marcaram um encontro presencial, um jantar intimista a dois. O que para ela seria um encontro perfeito se transformou em completo pesadelo.
"Aquele homem fino e cordial simplesmente não parava de falar sobre dinheiro e status. Sobre si mesmo. Sabe quando você está no auge do tesão e do nada você brocha? Pois é. E eu falava pra mim mesma: 'não é possível um homem tão lindo ao mesmo tempo tão vazio, achar que beleza, carro e dinheiro são tudo na vida'. Foi péssimo", relembra.
"Fiquei até estressada com tamanha falta de trato, uma pessoa simpática e espontânea por aplicativo e tão desinteressante pessoalmente – a conta não batia. Mas enfim, saímos, jantamos, dei o meu máximo para que tudo ficasse confortável, mas não demorou muito para que eu desencantasse de vez", continua.
"Após o jantar, pedi para que ele me deixasse no meu carro alegando falsamente que eu estava com um mal estar. Ele disse: 'mal estar? Como você consegue se sentir assim comigo?'. Dei um sorriso falso e disse: 'realmente, você é tão perfeito que não sei como fiquei assim'. Ranço", finaliza.
Assim que se despediu, Nayara entrou no carro e pegou o celular para bloqueá-lo das suas redes. "Esse tipo de menino que se acha 'homão' não merece meio minuto do tempo de uma mulher", afirma.
Ela ainda conta que em outra situação conheceu um homem bonitão no Tinder, mas que tinha maior "bafo de bode", que era irrespirável ficar ao seu redor. Daí aí não dá, né?
Servidor público de 40 anos, que prefere não ser identificado também diz que já enfrentou perrengue no encontro presencial depois de muito bate-papo nas redes sociais. "Conheci uma mulher por aplicativo, rolou bom papo e química e marcamos o primeiro encontro. Ela me chamou para a casa dela e eu sentia que o clima naturalmente estava esquentando. Particularmente estava bastante animado. Eis que o telefone dela toca e ela atende dizendo: 'oi amor'. Rapaz do céu fiquei grilado na hora, viu?", conta.
"Até então pensei que poderia ser um filho ou algo assim. Quando ela desligou, perguntei quem era na ligação. Ela, na maior cara de pau, me manda: 'é meu marido'. Como assim 'marido'? 'Ele está em uma missão no interior, é militar da tropa de tiro em outro estado'. Assim como a bala da arma do cara que já estava a minha esperava, me arrumei rapidinho e vazei de lá".
Na hora do aperto, ele manda a dica: "sempre deixo alguém de sobreaviso. Se eu passar uma mensagem, é para que me liguem urgentemente com uma situação que me faça ir embora de lá. É o pedido de SOS amigo", sugere.
Para Nayara, tudo isso faz parte da experiência nos moldes de hoje. "A covid-19 veio para nos mostrar que tudo é muito incerto e sim, as pessoas estão mais ansiosas e desesperadas, mas não posso culpar a pandemia só por um encontro fracassado. O problema está nas novas gerações e na forma como estão se relacionando", acredita.
Aos solteiros de plantão, Nayara atualmente está namorando. Com 3 filhos no colo, ela realmente gostaria de encontrar um cara que tivesse seriedade para tratar o relacionamento pra vida como ela bem entende.
"Quem é mãe solo sabe que hoje em dia é difícil encontrar um homem decidido e que entenda que meus filhos não são empecilhos. Quando a pessoa sabe o que quer, nada atrapalha. No final das contas, só no presencial é que podemos conhecer e entender mais sobre o outro", finaliza.
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