Família fará roteiro pela Itália, em homenagem ao padroeiro da internet
Viagem à Itália foi planejada após cura da filha mais nova em 2022, atribuída à intercessão do beato
O adiamento da canonização de Carlo Acutis interferiu nos planos da família de Geovana Mecatti Domingos Bortman, de 41 anos, e do marido, Daniel Bortman, de 47 anos, que programaram uma viagem a Roma, onde iriam acompanhar a santificação do beato conhecido como “padroeiro da internet”. O Vaticano suspendeu a canonização nesta segunda-feira (21), devido ao falecimento do Papa Francisco.
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A canonização de Carlo Acutis, conhecida como o "padroeiro da internet", foi adiada devido ao falecimento do Papa Francisco, impactando os planos da família Bortman, que planejava viajar a Roma para a cerimônia. Geovana e Daniel Bortman, devotos de Acutis, decidiram manter a viagem à Itália, agora com um roteiro alterado para visitar o Santuário do Despojamento em Assis, onde Acutis está enterrado. A decisão de viajar é um agradecimento pela cura milagrosa de sua filha Alice, atribuída à intercessão de Acutis. O Vaticano já reconheceu um milagre anterior de Acutis, e a família espera que o caso de Alice também seja considerado. A canonização de Acutis depende da confirmação de milagres, seguindo um processo rigoroso da Igreja Católica.
O casal começou a planejar a viagem no final de 2024, quando foi divulgada a canonização de Acutis para o dia 27 de abril de 2025, na Itália. A zootecnista conta que seria uma forma de agradecimento, pois, em 2022, a filha mais nova, Alice, foi curada, segundo ela, por intercessão do beato.
Antes de relatar a fundo o que considera um milagre, Geovana explica que a viagem em família ainda será feita, mas com uma mudança no roteiro, que agora envolve passar o aniversário de Carlo Acutis no Santuário do Despojamento, em Assis, local onde está o corpo do rapaz. Além disso, a família também pretende visitar os lugares por onde o jovem passou antes de falecer, aos 15 anos, por conta de uma leucemia.
“Eu estou bem chateada porque não vamos conseguir participar da canonização, mas deve ter algum propósito. Estamos confiando nisso. Vai ser uma viagem muito abençoada”, afirma a zootecnista.
Entre 2021 e 2022, ainda na pandemia, a filha mais nova de Geovana e Daniel foi diagnosticada com a doença de Legg-Calvé-Perthes, também conhecida como doença de Perthes, que afeta o crescimento ósseo, especificamente no fêmur.
A zootecnista relata que, na época em que o exame saiu, antes de ter início o tratamento, ela passou a fazer promessas. “Ela [a médica] deu o diagnóstico, perguntei como era o tratamento e ela disse que, em dois meses, a Alice seria engessada. Minha família é bem católica, muito devota de Nossa Senhora Aparecida. Coloquei toda a família para rezar, fiz um monte de promessas”, recorda.
Em um desses momentos de conversas com Deus, a mãe da menina conta que estava fazendo uma viagem quando diz ter recebido um sinal. “Eu converso muito com Deus e falei: ‘Olha, eu preciso de um milagre na vida da Alice’. Eu já conhecia a história do Carlo, e quando lembrei dele, meu corpo esquentou. Então falei: ‘A Alice vai ser o milagre do Carlo, e eu vou ajudá-lo a ser santo’”, conta.
Na época, o primeiro milagre atribuído à intercessão de Carlo já tinha acontecido. A história do menino campo-grandense, Matheus Viana, curado de uma rara doença congênita em 2013, foi reconhecida oficialmente pelo Vaticano em 2020. Com isso, faltava um segundo para que a igreja confirmasse a santidade dele, o que ocorreu apenas em 2024.
Mas, diferente de Matheus Viana, a menina Alice não teve nenhum contato com a relíquia de Carlo Acutis. Ainda assim, ela foi curada. Antes do tratamento começar, a família solicitou novos exames, que apontaram que ela não tinha mais Legg-Perthes.
Geovana explica que em 2022 enviou documentos ao Vaticano para que o milagre fosse reconhecido. “O padre acredita que eles estavam avaliando, porque pediram os exames de acompanhamento. Por isso, a gente acredita que eles conhecem a história da Alice”, destaca.

O milagre - O primeiro milagre atribuído a Carlo Acutis aconteceu em Campo Grande. Um menino, que sofria de uma rara doença congênita, foi curado depois que seu avô tocou uma peça de roupa que continha o sangue de Carlo. Esse evento extraordinário foi suficiente para que a Igreja reconhecesse sua beatificação, um passo essencial em seu caminho para a santidade. A canonização de Carlo Acutis foi confirmada após a verificação do segundo milagre, crucial para o processo.
O Vaticano anunciou que uma jovem na Costa Rica, que havia sofrido um grave acidente, foi curada milagrosamente após rezar pedindo a intercessão de Carlo. A confirmação desse milagre pelo Papa Francisco abriu o caminho para que Carlo fosse oficialmente reconhecido como santo.
Rito - O processo de canonização segue um rito rigoroso estabelecido pela Igreja Católica. Ele começa com uma investigação diocesana sobre a vida e virtudes do candidato. Caso o processo seja aprovado, a pessoa é chamada de "Servo de Deus". Se o Papa reconhecer suas virtudes heroicas, o candidato é declarado "Venerável". Para a beatificação, é necessário a confirmação de um milagre, que foi o caso de Carlo. A canonização, por sua vez, exige a comprovação de um segundo milagre, como ocorreu com a jovem na Costa Rica. Este processo, que pode levar anos ou até séculos, é uma forma de a igreja confirmar que a pessoa tem uma vida exemplar e que seus milagres são reais, comprovados cientificamente e teologicamente.
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