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Comportamento

Frequentador de bar abre mão da quarentena e casas seguem lotadas

O Lado B visitou vários bares de Campo Grande nesses fim de semana e flagrou estabelecimentos lotados

Lucas Mamédio | 08/06/2020 06:28
Bada Bar na Rua da Paz lotou no sábado (6) e no domningo (7) (Foto: Henrique Kawaminami)
Bada Bar na Rua da Paz lotou no sábado (6) e no domningo (7) (Foto: Henrique Kawaminami)

Já faz pouco mais de um mês que os bares puderam ter de volta apresentações de artistas com voz e violão, que é uma das principais características desses estabelecimentos. No entanto, as regras criadas pela prefeitura também são claras em relação ao distanciamento entre as mesas e outras medidas de segurança para evitar o contágio do novo coronavírus.

Será que realmente está havendo esse distanciamento? Os estabelecimentos estão conseguindo cumprir as regras? As pessoas estão preocupadas, já que estamos na curva ascendente de casos confirmados? O Lado B passou o fim de semana visitando os principais bares da Capital e constatou que para muita gente, já está tudo certo.

A estudante Maria Gabriela Destro, de 20 anos, chegou por volta das 20h00 do sábado (6) no Bada Bar, na Rua da Paz. Ela estava junto de uma amiga, também estudante, que não quis se identificar. Ele estava com a sua capacidade máxima ocupada, porque alguns clientes esperavam em pé mesas desocuparem, como é o caso das duas.

Café Mostarda foi o estabelecimento mais cheio visitado pelo Lado B (Foto: Henrique Kawaminami)
Café Mostarda foi o estabelecimento mais cheio visitado pelo Lado B (Foto: Henrique Kawaminami)

Elas dizem ainda estão saindo de casa pela primeira vez depois de três meses e se surpreenderam com a quantidade de pessoas que encontraram no bar. “Ainda estamos decidindo se vamos entrar, porque a gente achou muito lotado”.

Alguns minutos depois um funcionário do bar avisou que teria uma mesa livre dentro do salão e elas então entraram. No dia seguinte, domingo (7) voltamos ao Bada Bar que de todos que visitamos, parece ter mantido a mesma quantidade de pessoas nos dois dias do final de semana.

Conveniência Clan Bier cheria no sábado (Foto: Henrique Kawaminami)
Conveniência Clan Bier cheria no sábado (Foto: Henrique Kawaminami)

Conhecido na noite campo-grandense, o bar Café Mostarda na Avenida Afonso Pena, foi o mais cheio que visitamos no fim de semana, principalmente no sábado. Contamos mais de uma mesa com dez pessoas juntas, muita gente em pé, próximas, inclusive se abraçando.

Esperando alguns amigos na calçada, um empresário de 37 anos, que não quis se identificar, disse que depois de um tempo fica difícil seguir as regras à risca. “O povo já está estressado com o isolamento forçado, quando tem a oportunidade de sair, tomar uma bebida, dificilmente vai se preocupar com distanciamento”.

Perguntamos então se, por mais que haja a regulamentação, ele não tem medo de pegar ou transmitir o novo coronavírus. “Olha, medo a gente sempre tem, mas não estou tendo contato com ninguém do grupo de risco, então se chegar a acontecer acho que vai ser inofensivo”.

A conveniência Clan Bier na Rua Dr. Zerbini no bairro Chácara Cachoeira, também estava cheia nesse sábado. O local, bem pequeno, tem poucas mesas por isso muita gente estava em pé.

O estudante de 18 anos Makson Pereira disse que veio ao estabelecimento porque não aguentava mais ficar em casa. “Já que pode abrir eu vim, sou do interior, moro sozinho, já estava ficando louco em casa”.

Nesse domingo (7) também encontramos alguns lugares bem cheios, como foi o caso do Belga Beer, na Antônio Maria Coelho. Várias mesas continham mais de cinco pessoas, algumas em pé, mas dava pra perceber o distanciamento entre elas.

Belga Beer na Antonio Maria Coelho ficou cheio no domingo (7) (Foto: Paulo Francis)
Belga Beer na Antonio Maria Coelho ficou cheio no domingo (7) (Foto: Paulo Francis)

Denise Grubetart, 28 anos, esteticista, estava de saída quando a abordamos. Ela disse que ficou pouco tempo no local porque justamente não estava se sentindo muito confortável.

“O estabelecimento em si está tranquilo, estão seguindo todas as regras, todo mundo de máscara, mas o problemas são as pessoas mesmo né, é difícil saber quem tem e quem não tem”.

Também no domingo, o Arroba Bar, na Rua Bom Pastor, apesar de não estar lotado, tinha música ao vivo e algumas pessoas bem próximas com mesas contendo mais de cinco pessoas.

Mesma situação do Tasco Botequim Rua Manoel Inácio de Souza, no bairro Santa Fé. Algumas mesas vazias, mas outras com muitas pessoas juntas.

O Bar Mercearia era o mais lotado do domingo. Ao que parecia, ninguém esperava mesa em pé, mas por volta das 18h30, perguntamos a um garçom se haveria mesa livre ele disse que poucas.

Tasco Botequim tinha mesas distantes, mas com muitas pessoas (Foto: Henrique Kawaminami)
Tasco Botequim tinha mesas distantes, mas com muitas pessoas (Foto: Henrique Kawaminami)

Um dentista de 35 anos que também não quis se identificar disse que estava tranquilo ali porque sentiu que o bar estava seguindo as regras. “Vim aqui porque as mesas estão bem espaçadas, está organizado para ir no banheiro, então me sinto mais seguro”

O Lado B também passou pelo bar Kiwi, Quiosque da Brahma, Indez, Velfarre, Hook, Maracutaia, Eita Pega, e algumas outras conveniências. Todos estavam com gente, mas também com muitas mesas vazias.

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