Garaparia que tem até tratamento de fotos surgiu após casa pegar fogo
Valmor resolveu reunir os gostos antigos e novos no empreendimento em frente da residência no Santa Luzia
“Deus deve ter falado: ‘Vamos destruir essa casa, porque ele não vai destruir esse rancho aí não’. Faz dois anos que pegou fogo”. Hoje brincando, Valmor Rodrigues Antônio, de 60 anos, conta que foi a partir de um incêndio, que ele resolveu criar uma garaparia que tem até tratamento de fotos na Vila Santa Luzia.
Quem olha as imagens do Google com o endereço na Rua Januário Barbosa ainda vê a antiga casa feita com “tabuinhas”, nas palavras de Valmor. Ali, ele e os filhos viveram por cerca de 30 anos, entre idas e vindas, até que o fogo consumisse tudo.
Em 2020, quando uma vela foi deixada acesa sem ninguém em casa, o comerciante morava em outro endereço e apenas um dos filhos vivia no local. “Pegou fogo e queimou tudo, mas foi um mal que veio para o bem, porque a gente nunca tinha feito nada aqui, não tinha ideia de comércio”, explica.
Com ajuda de familiares, Valmor conseguiu levantar novas paredes de tijolos e teve a ideia de reunir gostos antigos e atuais em um empreendimento ali mesmo, na casa. Perdendo as contas exatas de quanto tempo trabalha com fotografias, o comerciante explica que são mais de 22 anos fazendo tratamentos de imagens.
Sem abandonar o ofício, ele diz que decidiu abrir a “Garaparia do Valmor” para vender caldo de cana, mantendo o trabalho com imagens e adicionando novos produtos. Foi necessário comprar alguns pedaços de madeira, uma estante de ferro e cobertura de tela para abrir o espaço.
De acordo com a história narrada, o comerciante começou, em meados dos anos 2000, fazendo ajustes de fotografias com pinturas e hoje, trabalha em equipe para fazer retratos, montagens digitais, ampliações e restaurações das imagens.
Além da garapa, produtos de Furnas do Dionísio, queijos, mandioca, gelo, carvão, pastel e até saco de lixo são vendidos no espaço. Valmor conta que os doces trazidos de Furnas são obtidos com a família de sua esposa, que mora na comunidade.
Já os outros produtos são entregues por distribuidores, exceto pelo queijo, que também é preparado pelo comerciante. Sem se imaginar fazendo outra coisa, ele detalha que seu desejo é expandir ainda mais a “portinha” com outros produtos a serem oferecidos no bairro.
Por isso, nos próximos meses, a ideia é levar até água de coco para o espaço, que foi pedida por vizinhos, e seguir aceitando novas sugestões dos moradores do bairro.
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