Gremista que se preze vai ao RS dizer tchau ao Olímpico
Ele brinca que já nasceu azul, tamanha a paixão pelo Grêmio. “Pensaram que estava sufocado e sem ar, suspeitaram de alguma doença ou algo assim, tudo isso porque nasci azul. Não era nada de errado, não era doença nem falta de ar, era que eu já tinha nascido gremista”.
Mas apesar do amor incontestável, Sérgio Giraudo nunca esteve em um jogo no Olímpico, a casa do time no Rio Grande do Sul.
Assim como ele, a gauchada que agora vive por aqui terá a última chance de pisar no “solo sagrado” no próximo domingo. O estádio será desativado, porque o Grêmio ganhou casa nova em Porto Alegre, a “Arena”, em outro endereço.
Gremista que se preze não pode faltar ao momento histórico, depois de 58 anos de glórias e tristezas dentro do Olímpico. E há motivos extras. Primeiro porque a partida em questão é um Grenal – a disputa entre dois dos maiores rivais do futebol gaúcho Grêmio X Internacional. Depois, porque está em jogo, para tricolores, o vice-campeonato brasileiro, depois de um bom desempenho da equipe no Nacional, e a vaga direta na Libertadores do ano que vem.
Os amigos, que se aproximaram em Campo Grande por causa do time gaúcho, estão na expectativa desde o início do ano e a partir de hoje começam a embarcar rumo ao Rio Grande do Sul.
Sete vão viajar para a despedida ao Olímpico. Todos são filhos de gaúchos que muito cedo tiveram de tomar partido entre o tricolor ou o colorado.
Sérgio será o primeiro, como quase tudo em relação a torcida. Ele e outros dois amigos começaram a organizar os torcedores aqui na cidade há 3 anos, hoje cerca de 300. Também foi Sérgio quem tomou frente no projeto de abrir uma sede no bairro Monte Líbano.
Daniel entrou na onda e segue junto, mais pela diversão. “Apesar de mais contido, no meio da conversa ele deixa o orgulho aparecer. “Tem até corumbaense gremista aqui e olha que Corumbá é a cidade mais carioca do Estado”, lembra.
Mas ele percebe que no fundo a união de torcidas ou qual seja o grupo, pela afinidade, nada mais é que um jeito de aproveitar a vida. “Acho que no fundo a gente encontrou uma boa desculpa para se reunir, se divertir. Torcida é assim”, comenta.
E já que em Mato Grosso do Sul o que não falta é gaúcho, segue uma homenagem aos tricolores, nesta véspera de ponto final em uma página importante da história do Grêmio.