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Comportamento

Há 3 anos, Yasmin pede rim saudável em cartinha para o Papai Noel

Mãe conta que apesar de toda a dificuldade, filha carrega dose extra de esperança no sorriso e no coração

Thailla Torres | 14/12/2021 07:10
Yasmin tem 6 anos e está à espera de um transplante renal. (Foto: Arquivo Pessoal)
Yasmin tem 6 anos e está à espera de um transplante renal. (Foto: Arquivo Pessoal)

Por um tempo, ela só pediu brinquedo, mas há três anos, a pequena Yasmin Vitória surpreendeu a mãe ao colocar na cartinha de Natal um pedido diferente: um rim novo. À espera de transplante renal há seis anos, hoje, a menininha tem esperança de um novo órgão para ter mais qualidade de vida.

Desde então, ela nunca parou de pedir um rim. Este ano, não foi diferente. “Ela sempre escreve o pedido de um rim e alguma outra coisa. Mas o pedido principal dela é o rim”, explica a mãe, Fabiane Miranda, de 29 anos, que acompanha a filha 24 horas por dia durante o tratamento.

Há dois meses, Yasmin está internada no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian. Passou nos últimos dias por procedimentos cirúrgicos e chega a fazer 18 horas de diálise peritoneal – uma das formas de tratamento para pacientes com falência da função renal.

Apesar da vontade de voltar para a casa, nada tira o sorriso da filha, diz a mãe. “Ela é cheia de esperança, sorridente e tagarela”, se orgulha Fabiane.

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A mãe não soube descrever a emoção quando viu pela primeira vez o pedido especial da filha no Natal. “Só sei que foi um momento que ela entendeu a condição dela, entendeu a necessidade de um transplante e soube falar com naturalidade sobre isso. Eu fico feliz dela entender tudo isso e, ao mesmo tempo, triste, porque gostaria de vê-la melhor”.

Mãe de três meninas, Fabiane diz que apesar da luta desde 1 aninho de idade, nada a faz desistir. “Esperança não falta e são essas crianças que nos ensinam. Eu tenho fé que vou ver, em breve, o transplante da Yasmin”.

Nesta semana, ela está no CTI por conta de uma cirurgia feita recentemente e necessidade de ficar no oxigênio. “Mas já já ela sai e volta a tagarelar”.

Yasmin foi diagnosticada com síndrome nefrótica – doença renal, de evolução crônica – quando tinha 1 ano de vida. Os sintomas apareceram em forma de inchaço, recorda a mãe. “No primeiro momento, procurei uma unidade de saúde e me disseram que ela tinha anemia, mas ela não parava de inchar, foi então que decidi procurar outro médico, que a diagnosticou com a síndrome em um estágio avançado”.

Por muito tempo, Fabiane diz que ouviu de alguns médicos que a filha não teria muito tempo de vida devido ao estágio da doença. “Mas eu nunca perdi as esperanças de vê-la estabilizada, e conseguimos. Hoje, mesmo com algumas intercorrências, a parte laboratorial está pronta para um transplante e ela está quase pronta”.

Esperançosa, a mãe não tem dúvidas de que logo mais vai ver passar pela porta do hospital, a sonhada notícia de que Yasmin será preparada para centro cirúrgico. “Por isso, temos que incentivar a doação, afinal, toda doação tem uma alma sorridente esperando”, finaliza a mãe.

Mãe e filha juntas no hospital. (Foto: Arquivo Pessoal)
Mãe e filha juntas no hospital. (Foto: Arquivo Pessoal)

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