Há 3 dias no aeroporto de Tel Aviv, campo-grandense conta saga em meio à guerra
Ele chegou a Israel na última segunda-feira (2) para visitar os tios
O advogado campo-grandense Ely Silveira, 35, é um dos brasileiros que esperam sair de Israel o quanto antes desde sábado (7), quando conflitos com o grupo palestino Hamas começaram. Ele está há três dias isolado no aeroporto de Tel Aviv, localizado na costa israelense.
Ely estava hospedado desde a última segunda-feira (2) na casa dos tios brasileiros, que moram há mais de 20 anos em Ashkelon. A cidade israelense tem sido uma das mais atingidas. "Há mortos, feridos e desaparecidos por lá", relata o advogado.
Os dois estão bem. "Falei com eles. Estão em um bunker, um cômodo seguro dentro da casa. O difícil mesmo está sendo sair para comprar comida e medicamentos. A ordem é que todos permaneçam em casa enquanto durar o conflito", conta o sobrinho.
Já o brasileiro se vira como pode, no aeroporto que está cheio (como mostrou no vídeo acima) e onde a busca por informações junto às companhias aéreas não para. Ele ainda não sabe quando volta.
Companhia "sumiu" - Como o advogado está de férias, planejou uma viagem na sequência para a Croácia, que terá de remarcar. O embarque para o outro país seria feito na manhã de sábado, justamente no dia em que os ataques começaram e Israel declarou guerra.
Para piorar a tensão do campo-grandense, a companhia aérea croata que vendeu a passagem "sumiu" com os funcionários do aeroporto. "Eles tiraram todos daqui. Não tem água, comida. Tenho que comprar tudo aqui com aquele preço de aeroporto. Só consigo contato por e-mail", relatou.
Houve cancelamentos seguidos de voos em que o advogado decolaria. Ele aguarda ser notificado sobre a próxima data disponível.
Apesar de tudo, Ely está conseguindo manter a calma. Diz que está se informando pelos jornais sobre o conflito e em contato com familiares e amigos. São essas as suas principais distrações.
Tem feito amizade com outros passageiros que, como ele, não tem outra opção a não ser dormir no aeroporto e esperar. Só de brasileiros, já contou 20 pessoas, aproximadamente.
Seguro - Outra coisa que o ajuda a ficar tranquilo, conta Ely, é saber que o local onde está possui sistema de segurança avançado. "Tem sistema de defesa antimíssel, sistema de alerta com sirenes e muitos dos próprios aviões são antimísseis também. É um dos lugares mais seguros de toda a Israel", detalha.
Esta é a terceira vez que o campo-grandense, que hoje mora no interior de Santa Catarina, viaja do Brasil para Israel. Mesmo surpreendido pela guerra nessa última visita, está confiante que chegará bem em casa e pretende voltar mais vezes.
"A minha imagem de Israel não vai mudar e não vou ter medo de voltar. A gente sabe que sempre existe um risco", diz. E finaliza falando qual a primeira coisa que pretende fazer ao voltar para o Brasil: "trabalhar".
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