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Comportamento

Há 50 anos, orgulho de Mariam é reunir amigos da 1ª turma de odonto

Saudosa com passado, dentista faz questão de reviver anos gloriosos de faculdade em encontros com colegas

Por Natália Olliver | 11/09/2024 06:30
Primeira turma de odontologia na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Foto: Arquivo Pessoal)
Primeira turma de odontologia na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Foto: Arquivo Pessoal)

Saudosa com passado, Mariam Kodjaoglanian Di Giorgio não perde tempo em lembrar dos anos em que a 1º turma de odontologia da UFMS reinava pelo campus recém-inaugurado. O ano era 1970. Hoje, aos 75 anos, o orgulho da dentista aposentada é reunir os amigos a cada dois anos para matar a saudade e atualizar as ‘fofocas’ da vida.

Nas redes sociais não faltam declarações aos colegas e frases como “anos 70, vida universitária, tempos bons demais, inesquecíveis”. Para Mariam, o período era glorioso, como ela mesma diz “melhor tempo da vida”. Ela assistiu o nome da instituição passar de Universidade Estadual de Mato Grosso para Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

“Éramos grupos pequenos, unidos, a construção era novinha em folha, todo aquele concreto, jardins com roseiras era tudo muito bonito. Tinha a piscina olímpica onde tínhamos aula de educação física e natação, o teatro Glauce Rocha, o restaurante universitário. As turmas eram amigas de outros cursos, como medicina e farmácia. Nos fins de semana a gente se reunia”.

Reunião de amigos da 1º turma de odontologia acontece há 50 anos (Foto: Arquivo pessoal)
Reunião de amigos da 1º turma de odontologia acontece há 50 anos (Foto: Arquivo pessoal)

Até o encontro de 30 anos, os 16 alunos da 1º turma se reuniam na data marcada. Depois quatro faleceram. O restante mantém a tradição. Recentemente, o grupo se reuniu para comemorar os 50 anos de formados com direito até a bolo.

“Sou muito saudosista e os amigos e colegas gostam, curtem, ficam felizes. Fazemos festa, almoço, missa, jantar. A faculdade foi o melhor tempo da vida e tenho muitas saudades. Já perdemos alguns professores, colegas e mesmo assim somos abençoados com os que ficaram e pela profissão que abraçamos. Não me distancio”.

As fotos chamam atenção para os poucos acessórios usados pelos alunos quando comparado aos cursos atuais. Além da diferença nas roupas, entre o hoje e o ‘ontem’, ela explica que antigamente o curso não era focado na segurança do profissional, fato que é percebido pela ausência de jalecos e luvas hospitalares. Para ela, essa é a principal diferença.

Mariam atendendo criança durante aulas e amigos da faculdade em curso de odontologia (Foto: Arquivo pessoal)
Mariam atendendo criança durante aulas e amigos da faculdade em curso de odontologia (Foto: Arquivo pessoal)

“A gente só usava gorro e máscara, as EPIs (Equipamento de Proteção Individual) eram diferentes, tanto na medicina e odontologia. O  jaleco com manga comprida, a evolução na área da saúde foi grande. Fazíamos da melhor forma possível, mas ninguém se preocupava, não era costume na época. Nunca tivemos nada. Por isso que diziam, Deus é brasileiro e cirurgião-dentista, brinca.

Mariam ‘não larga o osso’. Após 40 anos de trabalho, ela ainda atua como conselheira do CROMS (Conselho Regional de Odontologia de Mato Grosso do Sul) para manter contato com a classe odontológica.

A escolha da profissão foi feita com um parâmetro: ‘posso criar meus filhos e trabalhar?'. “Sempre achei que seria uma boa opção para mulher, uma profissão a qual poderia me dedicar completamente mesmo se um dia me casasse e tivesse meus filhos.  E falando nisso, a aposentada tem dois, com 40 e 42 anos.

Mariam Kodjaoglanian Di Giorgio, dentista e conselheira do CROMS (Foto: Arquivo pessoal)
Mariam Kodjaoglanian Di Giorgio, dentista e conselheira do CROMS (Foto: Arquivo pessoal)

Sobre a saudade dos tempos em que cursava odontologia, Mariam ressalta que o companheirismo é o que mais sente falta quando lembra.

“Éramos em poucos, uns 32 por turma, mas alguns repetiram o 1º ano, outros fizeram vestibular porque queriam medicina. O curso de odonto era mais antigo que o de medicina. Quando entrei tinham sete turmas no noturno, depois inaugurou a cidade universitária, então o curso passou a ser integral. Quando era noturno funcionava no colégio estadual ou policlínica”.

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