Há 50 anos, orgulho de Mariam é reunir amigos da 1ª turma de odonto
Saudosa com passado, dentista faz questão de reviver anos gloriosos de faculdade em encontros com colegas
Saudosa com passado, Mariam Kodjaoglanian Di Giorgio não perde tempo em lembrar dos anos em que a 1º turma de odontologia da UFMS reinava pelo campus recém-inaugurado. O ano era 1970. Hoje, aos 75 anos, o orgulho da dentista aposentada é reunir os amigos a cada dois anos para matar a saudade e atualizar as ‘fofocas’ da vida.
Nas redes sociais não faltam declarações aos colegas e frases como “anos 70, vida universitária, tempos bons demais, inesquecíveis”. Para Mariam, o período era glorioso, como ela mesma diz “melhor tempo da vida”. Ela assistiu o nome da instituição passar de Universidade Estadual de Mato Grosso para Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
“Éramos grupos pequenos, unidos, a construção era novinha em folha, todo aquele concreto, jardins com roseiras era tudo muito bonito. Tinha a piscina olímpica onde tínhamos aula de educação física e natação, o teatro Glauce Rocha, o restaurante universitário. As turmas eram amigas de outros cursos, como medicina e farmácia. Nos fins de semana a gente se reunia”.
Até o encontro de 30 anos, os 16 alunos da 1º turma se reuniam na data marcada. Depois quatro faleceram. O restante mantém a tradição. Recentemente, o grupo se reuniu para comemorar os 50 anos de formados com direito até a bolo.
“Sou muito saudosista e os amigos e colegas gostam, curtem, ficam felizes. Fazemos festa, almoço, missa, jantar. A faculdade foi o melhor tempo da vida e tenho muitas saudades. Já perdemos alguns professores, colegas e mesmo assim somos abençoados com os que ficaram e pela profissão que abraçamos. Não me distancio”.
As fotos chamam atenção para os poucos acessórios usados pelos alunos quando comparado aos cursos atuais. Além da diferença nas roupas, entre o hoje e o ‘ontem’, ela explica que antigamente o curso não era focado na segurança do profissional, fato que é percebido pela ausência de jalecos e luvas hospitalares. Para ela, essa é a principal diferença.
“A gente só usava gorro e máscara, as EPIs (Equipamento de Proteção Individual) eram diferentes, tanto na medicina e odontologia. O jaleco com manga comprida, a evolução na área da saúde foi grande. Fazíamos da melhor forma possível, mas ninguém se preocupava, não era costume na época. Nunca tivemos nada. Por isso que diziam, Deus é brasileiro e cirurgião-dentista, brinca.
Mariam ‘não larga o osso’. Após 40 anos de trabalho, ela ainda atua como conselheira do CROMS (Conselho Regional de Odontologia de Mato Grosso do Sul) para manter contato com a classe odontológica.
A escolha da profissão foi feita com um parâmetro: ‘posso criar meus filhos e trabalhar?'. “Sempre achei que seria uma boa opção para mulher, uma profissão a qual poderia me dedicar completamente mesmo se um dia me casasse e tivesse meus filhos. E falando nisso, a aposentada tem dois, com 40 e 42 anos.
Sobre a saudade dos tempos em que cursava odontologia, Mariam ressalta que o companheirismo é o que mais sente falta quando lembra.
“Éramos em poucos, uns 32 por turma, mas alguns repetiram o 1º ano, outros fizeram vestibular porque queriam medicina. O curso de odonto era mais antigo que o de medicina. Quando entrei tinham sete turmas no noturno, depois inaugurou a cidade universitária, então o curso passou a ser integral. Quando era noturno funcionava no colégio estadual ou policlínica”.
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