Inspirado em novela, “Zé Trovão” renasce e vira celebridade no interior
Vídeos retratam situações cotidianas que conquistam todos nas redes sociais
Tudo começou como uma simples brincadeira no perfil pessoal do bonitense Gleison do Couto. Ele resolveu gravar o amigo apelidado de “Zé Trovão” durante situações descontraídas entre amigos em Bonito. Os vídeos eram sempre nas sextas-feiras, com a hashtag #sextou. “Como ele fazia muito sucesso no meu Instagram, as pessoas insistiam para que eu criasse um perfil só dele. Então eu finalmente criei e bombou”, relata Gleison. Hoje, o vídeo mais visto no perfil de Zé Trovão tem 771 mil visualizações.
Zé Trovão é o apelido de Valtrudes Franco da Cruz, de 39 anos. Ele ganhou esse apelido por sempre se vestir no estilo do personagem de Almir Sater da novela “Ana Raio e Zé Trovão”, exibida pela extinta Rede Manchete na década de 90. Chapéu de vaqueiro, cinto com fivela grande e botas de couro compõe seu estilo registrado, e “Aqui não cu de cobra” é seu jargão oficial. Ele já é quase uma celebridade na cidade – de acordo com Gleison, ele sempre é reconhecido nas ruas pelos moradores, o que contribuiu para a popularização dos vídeos.
“A gente grava sem roteiro, sem nada. Aquilo nos vídeos é ele mesmo. É tudo espontâneo. E as pessoas se divertem muito”, comenta. O sucesso foi completamente inesperado. “No começo, ele ganhava 1 mil seguidores por semana. Agora vai muito mais rápido”, detalha. Durante a entrevista, o perfil no Instagram bateu o marco de 10 mil seguidores.
Os vídeos mostram Zé nas diversas situações: no carro com Gleison, bebendo entre amigos, andando na cidade e no campo. Todas as gravações são feitas com autorização dos pais. Ele aparenta ter dificuldades de desenvolvimento, então às vezes o que ele fala é difícil de entender. Mas Gleison cria até legendas em alguns dos vídeos. “Ele é especial. Mas a gente que convive direto entende”, explica. Também de acordo com Gleison, Zé Trovão vive alheio à fama. “Ele não mexe com redes sociais. Eu mostro pra ele, mas acho que nem tem noção do que esses números significam”, diz.
Na casa onde Zé Trovão mora vivem também pai, madrastra, irmã e cunhado. De acordo com a irmã dele, a confeiteira Walquíria da Cruz, a reação ao sucesso repentino foi de bastante surpresa, mas deixou a família feliz. “Ficamos muito felizes, pelas pessoas gostarem dele, torcer por ele”, declara.
De acordo com Gleison, a popularidade entre os moradores ajudou na hora de conseguir algumas coisas que Zé Trovão precisa. “A minha dentista disse que iria tentar ajudar com tratamento dentário. Tem também uma cirurgia que ele precisa que já está marcada. A gente não faz isso para ganhar dinheiro, isso foi só uma grande brincadeira mesmo, a gente não tinha nem como saber que ia fazer tanto sucesso. Mas tudo que vir por esse perfil, vai pro Zé”, reforça.
Zé Trovão e Gleison são da mesma idade e cresceram juntos no município, mas só passaram a conviver mais juntos depois de adultos. Hoje, Gleison diz sentir muita satisfação em poder ver o amigo se popularizando. “Ele é muito querido. Eu fico bem feliz com os comentários, todo mundo dando apoio, falando que ele merece, é bem bacana isso”, expressa.
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