Irmãos viajam mil km de Fusca só para beber cervejinha com o pai
Irmãos estavam juntos em bar de Curitiba, mas sentiram que nenhum brinde é igual sem o paizão que vive em MS
Quão longe você viajaria para tomar uma cerveja gelada com alguém que ama? Os irmãos Adriano Pires, 49 anos, e Júlio César Pires, 36 anos, percorreram de Fusca 1.112 km só para beberem com o pai, José Floriano Pires, 69 anos. Sem planejarem nada, eles saíram de Curitiba para surpreender o pai que mora em Aquidauana, a 141 km de Campo Grande.
O Fusca 1966, apelidado carinhosamente de Catchup, foi o terceiro aliado na aventura dos irmãos. Tudo começou na quarta-feira passada, quando eles estavam aproveitando a noite em Curitiba. "Saímos para um bar, daí meu irmão olhou pra mim e perguntou como eu estava com meus compromissos. Ele falou: 'Podíamos tomar uma cerveja com o pai, né?!' Depois, fomos para casa e arrumamos as malas”, conta Adriano.
Mesmo com outros carros na garagem, ele fez questão de viajar com o Fusca. Por volta das 5h30, ele e o irmão iniciaram a viagem e foram curtindo as paisagens no caminho. Dirigindo sem fazer paradas, Adriano e Júlio chegaram às 22h30 na casa do pai. “Quando chegamos aqui, meu pai já estava deitado, dormindo. Meu irmão bateu no portão, ele o reconheceu na hora, pensa na felicidade dele”, diz.
A última vez que a família esteve toda reunida foi durante o “Encontro de Relíquias 2019”. O evento, que reúne apaixonados por carros antigos, é tradição em Aquidauana e tem José como um dos principais idealizadores. Morando há 30 anos no município, ele fez questão de ensinar e transmitir para os filhos o amor pelos carros clássicos.
Por serem fascinados por Fusca e outros carros antigos, os irmãos costumam participar do evento anualmente. Em 2021, eles planejavam vir para Aquidauana, porém o cancelamento do encontro adiou a viagem. “Nos preparamos para vir com os dois carros, porém uma semana antes não deu certo. Ficamos tristes, mas ficamos de aparecer para tomar uma cerveja”, lembra.
Desde que chegaram, Adriano comenta que fez alguns passeios com o irmão e o pai. “Fomos para Piraputanga, Camisão, fizemos todo um turismo”, comemora. Questionado se conseguiu matar a saudade de beber com o pai, ele responde de forma humorada. “Tomamos várias cervejas já”, ri.
Próxima viagem - Os irmãos devem retornar para Curitiba na madrugada desta quinta-feira (10). Apesar de ainda não terem ido embora, eles já fazem planos para retornar e beberem outra gelada com o pai. Caso o Encontro de Relíquias aconteça neste ano, Júlio quer vir dirigindo o próprio Fusca 1972, o Pomarola, enquanto Adriano virá com o Catchup.
Para quem acha maluquice percorrer mais de mil quilômetros de Fusca, Adriano afirma que é apaixonado pelo carro. “Todo mundo acha que somos loucos, mas é o que a gente gosta, quando gostamos de algo, fazemos essas loucurinhas. O Fusca para mim tem uma história muito bonita, é muito carismático e já conheci muitos amigos através dele”, conclui.
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