Larissa comemora ter a medula compatível com paciente de Minas Gerais
Ela foi surpreendida com a notícia de compatibilidade após 10 anos no banco de doações
Há um mês, Larisssa Lelis Ferrari, de 28 anos, foi surpreendida com um telefonema. Após 10 anos no banco de doações de medula óssea, finalmente, ela recebeu a notícia de que é compatível com um paciente com câncer, de Belo Horizonte (MG).
A notícia nem era esperada pela administradora depois de tanto tempo. "Eu sempre quis doar sangue. Quando completei 18 anos fui doar pela primeira vez e me perguntaram se eu tinha interesse em ser doadora de medula. Na hora aceitei, mas nunca achei que seria compatível", afirma.
Por mais que todo mundo pense que a felicidade em um momento desses é só do paciente, a informação tem um peso enorme para quem doa, conta Larissa. "Veio uma felicidade muito grande quando soube. Não senti nenhum medo e saber que eu vou poder salvar a vida de uma pessoa é algo que não tem preço. É um sentimento único, difícil até de descrever o que eu estou sentindo".
Depois do primeiro contato, ela fez novos exames e depois viajou para comprovar a saúde física. "Pediram para eu ir até o Hemocentro daqui fazer novos exames e ter a certeza de que era compátivel, porque os últimos foram feitos há 10 anos. Uma semana depois da certeza, eu fui para Belo Horizonte para fazer ecocardiograma, eletrocardiograma e raio-x. Depois eu já voltei para conversar com a médica e o anestesista", explica.
O próximo passo é conter a ansiedade para o procedimento que vai ser feito na próxima segunda-feira. "Estou super ansiosa, viajo neste sábado e fico o domingo todo internada. Na segunda-feira eu vou doar", diz.
Larissa recebeu apoio da família e da empresa em que trabalha, que a liberou para fazer todos os procedimentos. Após a doação, ela tem esperanças de um dia conhecer o paciente que ajudou. "A única coisa que eu sei é que a pessoa tem leucemia e está com 52 quilos. Que também há 80% de chance de ficar bem. Por isso, eu fico muito feliz. Assinei um termo de responsabilidade e lá diz que após 180 dias eu posso conhecer a pessoa. Eu espero que ela também queira", torce.
Por uma vida - Quem quiser fazer parte do cadastro de medula óssea deve procurar o hemocentro mais próximo, onde será agendada uma entrevista para esclarecer dúvidas a respeito das doações e, em seguida, será feita a coleta de uma amostra de sangue para a tipagem de HLA (características genéticas importantes para a seleção de um doador).
Os dados do doador são inseridos no cadastro do Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea) e, sempre que surgir um novo paciente, a compatibilidade será verificada. Uma vez confirmada, o doador será consultado para decidir quanto à doação. O transplante de medula óssea é um procedimento seguro, realizado em ambiente cirúrgico, feito sob anestesia geral, e requer internação de, no mínimo, 24 horas.
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