Libaneses se reúnem em nome da paz no país natal com cantos e preces
Fiéis se reuniram na Igreja Sirian Ortodoxa São Jorge onde ouviram o sermão do padre e clamaram pela pacificação do mundo
Clamando por paz, libaneses se reuniram ontem em Campo Grande para mostrar solidariedade ao país natal. Eles participaram da missa pelo “Amado Líbano”, que aconteceu na Igreja Sirian Ortodoxa São Jorge. Foi mais de uma hora de reza, canto na língua materna e preces para que o país e o mundo sejam pacificados.
O encontro foi organizado pelo cônsul honorário do Líbano na Capital, Eid Toufic Anbar. Ele é libanês e veio para o Brasil na década de 50, morou em São Paulo onde formou-se em Engenharia Civil e decidiu viver na Capital sul-mato-grossense. Contudo, nunca deixou de lado a cultura e as origens.
Ele comentou sobre as situações que fazem o país natal entrar em conflitos. “Mais de 50% da população do Líbano é de refugiado e isso causa instabilidade, confusão. Por isso, fizemos essa missa pela paz e também porque no dia 22 de novembro foi comemorado a independência do Líbano”, disse ele.
Na igreja os fiéis ouviram o sermão do padre Antonio Nakkoud, que veio do Líbano há 50 anos. Ele é monsenhor e prendeu a atenção dos religiosos enquanto falavam sobre a união dos povos, independentemente da classe, raça ou religião. “A igreja é uma comunidade de fé e união e existe para reunir, evangelizar e procurar a salvação das almas”, disse.
“Precisamos rezar pelo mundo, pois o planeta é um só. Aqui estamos para pedir pela ordem do Líbano que está sofrendo manifestações importante e inéditas, pois o governo está com os olhos fechados. A gente pede da mesma forma que pedimos pelo Brasil e outros locais do mundo”, destacou o monsenhor.
O salão paroquial foi tomado pelos fiéis, que também torcem pela harmonia do país, como o empresário Pierri Adri. Aos 73 anos, ele comenta que é descente de libaneses, e que seus pais vieram para a Capital em 1912, sem nada no bolso. “Meu pai sentava num caixote de querosene, que vinha para ascender o lampião. Era primo distante da minha mãe, depois de um tempo eles casaram”, recordou.
Pierre nasceu dez anos depois e apesar de ter crescido no Brasil, nunca abandonou suas origens. Sabe falar a língua e já foi oito vezes ao Líbano para conhecer e saber mais coisas sobre o passado dos seus pais. A primeira vez foi em 1975, um ano após a guerra. “Vi brigas entre cristãos e muçulmanos, porém pacificou. Gostei do local e voltei outras vezes, quando tive chance”.
Sempre que possível está na igreja participando das missas e comentou sobre a preservação dos costumes. “A religião é importante em vários locais e no Líbano também. Aconteceu uma reviravolta no oriente médio e o país se revoltou contra a corrupção. A igreja ajuda a estabelecer a paz, pois invoca Deus para reinar num lugar milenar”, disse.
Após a cerimônia, os fiéis tomaram um café da manhã e puderam conversar mais sobre o assunto. O evento encerrou por volta das 11h.