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Comportamento

Logo antiga fez Maria se apaixonar e trabalhar 38 anos no mesmo lugar

Neste ano, o Sesc completa 78 anos em MS com funcionários que acompanharam grande parte da história

Por Aletheya Alves | 03/10/2024 07:24
Centro de atividades do Sesc em Campo Grande, inaugurado em 1969. (Foto: Arquivo/Sesc)
Centro de atividades do Sesc em Campo Grande, inaugurado em 1969. (Foto: Arquivo/Sesc)

Discussões sobre a mudança cada vez mais frequente de empregos seguem crescendo, então quando alguém decide ficar na mesma empresa por quase 40 anos a história é curiosa. No caso de Maria Olinda Santos, a situação fica até engraçada porque lá atrás, quando chegou a Campo Grande, ela resolveu que queria um emprego no Sesc por se apaixonar pela antiga marca: uma família.

Neste ano, a instituição completou 78 anos e a telefonista acompanhou mais da metade do caminho em Mato Grosso do Sul. “Eu trabalhava em uma floricultura em frente ao Camillo Boni e sempre via as pessoas saindo de lá. Me lembro que eu ficava olhando a marca, que eram três pessoas juntas, achava bonito e comecei a perguntar o que precisava para ter um serviço lá”.

Por coincidência, um antigo diretor começou a frequentar a floricultura ao lado da esposa após perder um familiar e fazer visitas ao cemitério com flores. “Eles sempre vinham, a gente começou a conversar mais e foi aí que perguntei sobre os serviços”.

Tendo nascido no interior sem conseguir terminar os estudos, a dificuldade de Maria foi grande. Ela narra que até se localizar em Campo Grande era um problema, imagine se especializar.

Quando finalmente conseguiu o primeiro serviço no Sesc, a vaga era para serviços gerais e, com o tempo, ela decidiu terminar os estudos.

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Nesse início do serviço, tive meu primeiro filho, então ficou ainda mais complicado, mas a gente dava jeito em tudo. Depois, eu passei para a vaga de recepcionista e tive que aprender mais coisas”, explica Maria.

Questionada sobre não ter tido vontade de sair da empresa, Maria explica que continuou se identificando com o espaço, além de reforçar a forma com que era tratada também pelos colegas. No fim das contas, permanecer no local fazia sentido.

Hoje, ela é atendente no call center da empresa e narra que precisou seguir aprendendo. “Eu não sabia nada de informática, imagina como era difícil. Eu chegava aqui e queria chorar por medo de não aprender, mas fiz curso, recebi ajuda e consegui”.

Registro de arquivo mostra o antigo prédio do Sesc Camillo Boni, (Foto: Arquivo/Sesc)
Registro de arquivo mostra o antigo prédio do Sesc Camillo Boni, (Foto: Arquivo/Sesc)
Logo antiga do Sesc a qual Maria se refere. (Foto: Reprodução/Sesc)
Logo antiga do Sesc a qual Maria se refere. (Foto: Reprodução/Sesc)

Assim como Maria, Cristiane Ferreira de Lima tem bons anos de empresa e começou a trabalhar justamente nela. “Minha história com o Sesc começou ainda na infância aos 3 anos, minha mãe trabalhava no comércio de vendedora e passávamos o dia brincando na piscina do Sesc Camillo Boni. Ainda criança também realizei tratamentos odontológicos na clínica. Em 1999 nunca tinha trabalhado e fiquei sabendo de uma vaga de telefonia, procurei o prédio do regional, que é onde são realizados os processos seletivos para me candidatar”.

Pensando sobre como era a empresa lá atrás, Cristiane relata que a abrangência era muito menor e a atuação se voltava para o Sesc Camillo Boni e Horto.

Também com uma história na empresa, a diretora regional do Sesc MS, Regina Ferro, explica que conseguiu unir sua formação com a trajetória profissional. E, assim como Maria Olinda, decidiu permanecer.

Democratizar o acesso para quem não tem acesso é engrandecedor. Para mim, que sou economista de formação e fui para especializações na área de desenvolvimento, acho que o Sesc é um presente porque promove desenvolvimento socioeconômico para a população", defende Regina.

Contando sobre seu caminho no sistema, ela relata que iniciou no Senac como gerente administrativa. Na época, ela liderava um grupo de homens, algo fora do comum.

Ao olhar para o decorrer do tempo, a diretora pontua que o desafio antigo de ser uma mulher responsável por vários funcionários homens é diferente do momento atual.

“Eu vi essa mudança até em mim mesma porque liderar equipes masculinas e femininas era bem diferente. Hoje em dia, acredito que temos um caminhar visando o encontro nessa questão de gênero. Independente de homens e mulheres, mas de qualquer gênero, é um caminhar mais para um ponto central porque, independente do gênero, estamos aqui para entregar resultados, para a missão institucional e alcançar a visão estratégica”, completa.

Regina Ferro explica sobre sua história com a empresa. (Foto: Murilo Medeiros)
Regina Ferro explica sobre sua história com a empresa. (Foto: Murilo Medeiros)

Presença em MS

Nacionalmente, o Sesc foi criado em 1946 com o objetivo de que os empresários do setor comercial colaborassem com o “cenário social por meio de ações que beneficiassem empregados e seus familiares com melhores condições de vida e desenvolvimento de suas comunidades de residência”, como descreve o site institucional.

No decorrer do tempo, os serviços foram ampliados para também atender o público em geral.

Sobre Mato Grosso do Sul, os atendimentos envolvem bolsas integrais de estudo, cursos e oficinas voltados para jovens e crianças, atividades culturais, a área de saúde e bem-estar, além de hospedagens.

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