Luiz sonha em voltar a pedalar após ignorância que quase tirou sua vida
Ciclista conta prejuízo e como sobreviveu após motoclista chutá-lo em movimento pelas ruas da cidade
Aos 18 anos, Luis Eduardo Vaz é o atleta de mountain bike que desde os 13 já entrava no ritmo sobre as duas rodas, seja no treino diário de pedalada intensa ou nos desafios de cada terreno irregular – e de muita ralação no joelho. Porém, no último dia 17 de março, ele sofreu um acidente na cidade provocado por um motociclista que simplesmente deu um chute em sua bicicleta, segundo conta.
Luis, que estava a 40 km/h em declive, foi parar no chão em segundos. O episódio quase tirou sua vida quando o capacete quebrou. A bicicleta ficou completamente destruída, causando um prejuízo de aproximadamente R$ 20 mil.
"Estava voltando do trabalho, na proximidade da UFMS, quando fui surpreendido por um motociclista que, por detrás de mim, chutou meu guidom, o que me fez derrubar violentamente. Na hora foi tudo tão rápido que eu só consegui ver o pé dele pra cima de mim", recorda.
Com a queda, ele ficou bastante ferido. "Mas minha vida estava intacta. Percebi que havia deslocado o punho, que eu mesmo coloquei no lugar, sem falar dos arranhões e dos ralados".
Ele afirma que, além de ter provocado o acidente, o motociclista também fugiu após sua queda. "Até foi feita uma busca por câmeras para tentar identificá-lo, mas sem resultado. Minha família ficou bem assustada quando soube. A gravidade dos ferimentos poderia indicar alguma fratura interna, o que felizmente não aconteceu", agradece.
Há 5 anos como atleta, ele fiz que andar na cidade é um risco constante para qualquer ciclista. "Mesmo obedecendo as regras da via, os motoristas acham que são donos das ruas e literalmente jogam seus veículos para cima de nós como se fôssemos nada".
A rotina de treinos sempre foi intensa, mas na pandemia a vontade de competir aumentou. "Acordo todos os dias às 4h30 da manhã para treinar. Por semana, ando em média de 350 a 450 quilômetros, podendo variar para mais ou menos dependendo do objetivo de cada competição que está por vir", relata.
Os equipamentos que Luis utiliza são bastante caros pois, conforme explica, são desenvolvidos para entregar performance e resistência a condições extremas exigidas nas provas. "Só consegui a minha bicicleta anterior por meio de empresários locais que acreditaram no meu potencial e quiseram me ajudar a ter uma".
Potencial, inclusive, que o chefe da equipe também viu o que na época era um garoto de 13 anos. "Fiz um passeio com amigos em 2015, e o treinador acabou me convidando para correr também. No ano seguinte já fui campeão estadual na modalidade", relembra.
Colaboração voluntária – Como o acidente foi recentemente, Luis se encontra em repouso, mas já sonha em voltar aos treinos. Sem bicicleta para pedalar, o jeito foi fazer uma rifa para comprar uma nova e recuperar o prejuízo. A previsão é que possa recomeçar a partir da metade da 1ª quinzena de abril.
"Nos meus 5 anos como atleta de mountain bike, aprendi a superar muita dificuldade no caminho. Sem dúvida alguma, este foi um acidente que poderia ter me matado logo de cara. Vejo a situação de agora como mais uma adversidade que devo superar. Tenho certeza que logo estarei entrando em ritmo competitivo novamente", finaliza.
Quem quiser ajudar Luis pode participar da rifa entrando em contato diretamente com seu perfil do Instagram.
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