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Comportamento

Na aposentadoria, Rosinha recebe telemensagem como despedida

Homenagem dos colegas chegou até a casa de Rosinha na quarta-feira, com áudio gravado por cada um deles

Paula Maciulevicius Brasil | 21/08/2020 07:54
Rosinha no portão, com flores das mãos, ouvindo a mensagem dos amigos. (Foto: Arquivo Pessoal)
Rosinha no portão, com flores das mãos, ouvindo a mensagem dos amigos. (Foto: Arquivo Pessoal)

Do outro lado da linha, Rosinha atende e a gente não sabe se parabeniza ou a elogia pela aposentadoria. Aos 57 anos, Maria Rosa Alves dos Santos teve a aposentadoria publicada em diário oficial no último dia 7 de agosto, e desde então passou a ser aposentada, depois de 41 anos trabalhados no Detran.

"Rosinha" é inclusive o apelido que lhe deram quando, aos 16 anos, ela entrou no órgão fazendo café. O engraçado é que ela está longe de ser pequena. Rosinha mede 1,73m.

Na  quarta-feira desta semana, ela esperava uma colega de trabalho levar uma pequena lembrança, já que em tempos de pandemia, não houve festinha de despedida.

Homenagem emocionou e pegou Rosinha de surpresa. (Foto: Arquivo Pessoal)
Homenagem emocionou e pegou Rosinha de surpresa. (Foto: Arquivo Pessoal)

"Marcaram comigo de chegar às 6h da tarde, mas acho que a chuva atrapalhou um pouco e, de repente veio todo mundo, o pessoal da fiscalização, umas oito pessoas. Escutei o barulho de longe, giroflex ligado, como se fosse carro de polícia e depois veio o som. Foi emocionante", conta.

A surpresa foi ouvida por todos os moradores do bairro Arnaldo Estevão de Figueiredo. "Eu não fiquei com vergonha não, porque sabia que era coisa boa, dos meus amigos fazendo uma homenagem. Chorei muito, a gente constrói uma vida ali", explica.

O áudio do carro de som eram as vozes dos colegas dizendo o quanto Rosinha era especial e sobre como foi bom tê-la como colega de trabalho e amiga. "Cada um fez uma mensagem falando da amizade que tinha comigo, que eu era uma pessoa muito especial, acho que porque eu sempre gostei de fazer festa, promover as coisas e isso foi a gratidão deles, que as pessoas tinham por mim", relata ainda emocionada.

Presentes completaram homenagem à Rosinha, depois de 41 anos trabalhados no Detran. (Foto: Arquivo Pessoal)
Presentes completaram homenagem à Rosinha, depois de 41 anos trabalhados no Detran. (Foto: Arquivo Pessoal)

Rosinha que começou no órgão servindo café trabalhou quando o Detran ainda era na Avenida Tamandaré, onde hoje é um supermercado. "Trabalhei 1 ano nos serviços prestados, mas lá dentro mesmo, depois passei para o quadro de servidores do Detran. Passei por vários setores e fiquei ali até me aposentar", enumera. Sempre na sede, na MS-080.

"Meu primeiro e único emprego. Trabalhei como telefonista, e a gente sempre ia lutando para melhorar, trabalhei no sistema de telex que tinha na época, atendimento ao público, central de informações, e por último na área da educação, por 22 anos", completa.

Para ela, o significado do trânsito é parte da vida. "Tudo depende do trânsito, para você ir trabalhar, fazer qualquer coisa, independente de ser de carro ou a pé, faz parte da vida da gente", diz.

De máscara e distantes, colegas fizeram despedida à colega em casa. (Foto: Arquivo Pessoal)
De máscara e distantes, colegas fizeram despedida à colega em casa. (Foto: Arquivo Pessoal)

Rosinha já vinha fazendo até curso de preparação para a aposentadoria quando veio a pandemia e todas as mudanças, aí ela sentiu que o momento havia chegado. A ficha ainda "não caiu" e ela se sente como se estivesse de férias. "Ainda penso que tenho que acordar no horário, parecem férias. Vai levar um tempinho, mas acho que vai ser mais fácil por conta da pandemia", acredita.

Os planos para esta etapa são o de ficar em casa, num primeiro momento, dando atenção à família e às atividades da igreja. "Praticar esportes e quero cuidar um pouco de mim também".

Boa sorte, dona Rosinha. E parabéns! Já que ao telefone, a senhora disse que era isso mesmo que gostaria de ouvir.

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