Natal é mais difícil para quem perdeu a filha e lida com o vazio à mesa
Entre as luzes cintilantes e a alegria que preenche o ar nesta época do ano, existe um vazio doloroso na mesa de Natal de Priscila de Jesus Fantussi, uma mulher de 28 anos que enfrenta a ausência avassaladora da filha, Eva Maria, de apenas 9 anos. O Natal, antes repleto de risadas infantis e abraços afetuosos, agora é um lembrete doloroso de uma perda insondável.
A vida de Priscila deu uma reviravolta inimaginável desde aquele dia 15 de julho de 2023. O inesperado transformou a rotina comum em um turbilhão de eventos angustiantes. Uma ligação, um pedido de diversão inocente, e a promessa de retorno se tornaram os últimos momentos alegres da filha antes que a despedida tocasse a porta da família.
"Eva queria aproveitar o tempo com os primos", lembra Priscila. "Ela estava tão animada, mas eu hesitei. Ela foi ela se divertiu. Tudo parecia normal, mas então veio uma ligação dela, dizendo que não estava bem."
O que começou como uma dor na barriga evoluiu rapidamente para uma série de consultas médicas, diagnósticos desconcertantes e uma internação inevitável. A pneumonia foi o veredito final, mergulhando Priscila em um pesadelo sem fim. As máquinas, os médicos, a esperança... Tudo culminou em um momento inimaginável de despedida.
"Lembro-me de pedir a Deus para salvá-la", compartilha Priscila, emocionada. "E então, às 3 da manhã, o telefone tocou e meu mundo desabou. Ela esperou que nos despedíssemos para partir para um plano muito melhor."
Eva Maria era uma criança radiante, uma verdadeira fonte de alegria para todos ao seu redor. Seu sorriso iluminava a sala, suas danças contagiantes ecoam nas lembranças e seu amor pelo futebol era inegável. Uma menina adorada, cujo brilho deixou um vazio, especialmente, na vida da mãe.
"Seu legado é a saudade, as lembranças felizes", diz Priscila, lutando para conter a dor. "Ela sempre quis morar com os avós, e agora estou aqui, em um lugar que meu pai construiu. Uma lição que veio de sua partida, uma lição sobre a união familiar, algo que ela sempre quis."
Este primeiro Natal sem Eva é uma jornada tortuosa para Priscila. "É uma época para celebrar com alegria, mas será difícil encontrar meu sorriso. Em vez de abraços de alegria, este será um Natal de abraços para preencher um lugar vazio à mesa."
Apesar da dor, Priscila encontra força na ocupação de sua mente e no apoio amoroso de sua família e amigos. Ela trabalha arduamente, estuda incansavelmente, mantendo-se ocupada para enfrentar a dor que ameaça consumi-la.
"Às famílias que lidam com essa dor, admiro cada uma delas", diz Priscila. "Este processo requer forças e resiliência. Mães sintam-se orgulhosas de tudo que fizeram por seus filhos. Eles são anjos que já cumpriram seu papel aqui na Terra. Eu ainda estou aqui por ela, porque ela me dá forças", finaliza.