No 8 de Março, mulheres reivindicam direito básico: o de ir e vir
Elas relatam do medo de andar sozinha em razão do medo da violência sexual
Medo constante. É o que relatam mulheres no 43º Dia Internacional da Mulher, data que reforça anualmente os pedidos de igualdade de gênero em todo o mundo. Apesar de tantos avanços, há muito ainda a ser conquistado e para elas, falta um direito básico: o de ir e vir.
“Mesmo quando está de dia, quando eu vou a um lugar estranho, que eu não conheço bem os arredores, eu fico com medo”, conta a estudante Amanda Rodrigues Amorim, 20.
A jovem completa que mesmo em grupo teme ser alvo de criminosos. “À noite, mesmo que for um grupo de mulheres, a gente fica mais suscetível. Por que assaltante ou qualquer criminoso se aproveitam mais quando são mulheres”.
A recepcionista Daiane da Silva Farinha, 21, tem a mesma opinião e descreve a ansiedade que enfrenta diariamente para ir a e volta do trabalho. “Me sinto totalmente insegura. Saímos de casa e não sabemos se voltamos. O tempo inteiro que eu estou na rua eu fico olhando para os lados e desconfiando das pessoas. Parece que estão me vigiando, alguém andando atrás de mim”.
A moradora do Bairro Dom Antônio Barbosa, Alexasany Barbosa, de 21 anos, diz que ela e outras mulheres tomam cuidados para não virarem alvos de assaltantes, mas o medo maior é o de estupro.
Como método para evitar ser mais uma vítima, a jovem evitar andar sozinha e que infelizmente não tem a liberdade de usar as roupas que quer. “A gente não anda sozinha, não vai para a rua com qualquer roupa ”.
Fato é que mulheres são mais vulneráveis à violência sexual. De 1º de janeiro até hoje, 71 mulheres foram estuprada em Campo Grande e 227 denunciaram estupros à polícia em Mato Grosso do Sul, conforme estatística da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública). No Estado, são em média três casos por dia.
O dia 8 de março foi oficializado pela Organização das Nações Unidas em 1975 como dia Internacional da Mulher.