No Baile do Iniciante, a regra é clara: nada de ficar sentado e não dançar

No Baile do Iniciante, a pista de dança é ampla o suficiente para comportar todo mundo que tenha coragem de arriscar uns passinhos. No local, não falta música para animar a noite e pessoas dispostas a dançar qualquer estilo de dança. Promovido pelo Espaço do Samba, o evento tem até caldo de feijão para ajudar a galera a manter a energia no salão e continuar com o show. No baile, a única regra é: não pode ficar sentado e sem dançar!

Idealizado pelo professor e proprietário do studio de dança, Alexandre Braga, 46 anos, é a primeira vez que o evento acontece em Campo Grande. Realizado na noite de ontem (12), no Bairro Amambaí, a ideia é que o baile ocorra mensalmente.

Como alguns bailarinos iniciantes ficam tímidos de dançar em eventos maiores e com muitos profissionais, Alexandre criou o baile para que eles ficassem à vontade e perdessem a timidez. “O pessoal fica com medo, porque nos bailes tem pessoas que dançam a bastante tempo, então eles ficam constrangidos e fogem dos bailes”, explica.

Para respeitar e acompanhar o processo de aprendizado de cada um, o repertório musical é um aliado do aluno. “A música é mais voltada para a base, é mais calma para o iniciante pegar confiança e começar a ir aos bailes. A ideia é fazer todo mês aqui no espaço para o pessoal começar a desenvolver os primeiros passinhos da dança e perder a vergonha”, afirma.

Aberto para todas as idades, o baile traz versatilidade de ritmos, que incluem forró, samba de gafieira, vanero, chamamé, pagode e samba no pé. Todos eles são ensinados durante as aulas, seja em grupos ou particulares. Diferente das aulas, os bailarinos não tem pausa para dançar, uma música é seguida da outra e o silêncio não tem vez.

Para abraçar todos os estilos, as músicas que animaram o baile uniram o novo e o antigo em uma só playlist. Algumas das canções que embalaram o sábado foram Falamansa, Dominguinhos, Luiz Gonzaga, Zeca Pagodinho, Ferrugem, João Nogueira, Exaltasamba e Canto da Terra.

Segundo Alexandre, o baile também é uma ótima oportunidade para reunir grupos de diferentes idades e condições financeiras. “A dança une todos, é um esporte, não tem distinção de pessoas. Aqui, entrou para dentro, são todos iguais. Temos alunos desde empregado a procurador, dos oito aos 70 anos”, diz.

No baile, o forró foi o responsável por iniciar as primeiras movimentações na pista. Em seguida, o samba de gafieira e depois os estilos regionais vanero e chamamé. Marcado para começar às 20h30, os primeiros casais foram inaugurando o salão, porém só depois das 21h o ambiente foi completamente ocupado.

Aluna há um ano do Espaço do Samba, Thalyta França, 28 anos, era uma das pessoas que estavam aproveitando o Baile do Iniciante. Fazendo aulas de samba de gafieira e pagode, ela destaca que o evento é uma oportunidade para interagir. “É bom para a gente se enturmar, conhecer, o pessoal aqui é bem família. Eu não vim da outra vez, porque fiquei com um pouquinho de vergonha, mas agora fiquei mais a vontade”, conta.

Sobre a interação do público, no baile não é difícil que os casais façam trocas entre si. A mudança de parceiro ou parceira, conforme Alexandre, é algo para ajudar no aprendizado. “Todo mundo dança com todo mundo, é para a evolução da dança. Normalmente quem sabe mais um pouco, ajuda quem está iniciando e a dança vai acontecendo”, esclarece.

Para ajudar a galera a dançar, até o cardápio é reforçado e servido com facilidade. No baile, além das bebidas, o caldo de feijão com mandioca é um agrado especial para os bailarinos. Alexandre fala o motivo de ter escolhido essa refeição para acompanhar o baile. “É coisa simples para facilitar para quem dança, é caldo, porque a pessoa pode comer em pé mesmo. A ideia aqui é vim para dançar, é não sentar, a proposta é essa”, ressalta.

Sem hora para acabar, o I Baile do Iniciante animou o Bairro Amambaí. Caso você queira ir no próximo, a programação será divulgada no perfil do Instagram @espacodosamba

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