Nos fundos de casa, horta é chance de Bia e Bruno conhecerem a vida

Sem medo de se sujar, Beatriz de 6 anos e Bruno de 11 resolveram fazer uma hortinha nos fundos da casa onde moram. Eles são irmãos e estão aproveitando o isolamento social para tirar uma ideia antiga do papel, colocando a mão na terra e conhecendo a natureza.

“Gostei de ter uma horta em casa porque a gente vai comer bastante coisa da horta e não vamos precisar comprar para poder ter a verdura. Teve uma planta que cresceu bem rápido, em três dias”, conta Bruno. “Foi legal, gostei de colocar a mão na terra. Vai dar para fazer bolo de cenoura. Tô ajudando a regar todo dia”, completa a irmã mais nova, carinhosamente chamada de Bia.

Os irmãos não tiram o sorriso do rosto, têm disposição para dar e vender e são animados. Mesmo com o isolamento social provocado pelo coronavírus, eles continuam tendo aula on-line e agora arrumaram mais uma tarefa para a lição de casa.

No entanto, apesar da animação, eles são tímidos e quem conta como a história da horta foi possível de ser realizada é a mãe, Mariana Mirault, que é bióloga e médica veterinária.

“Faz muito tempo que a gente queria fazer uma horta para ver crescer a vida, conhecer a diferença entre as sementes, mas nunca conseguia porque não tinha tempo. Com a quarentena, estamos ficando mais em casa, ocupados com os afazeres e a horta é para eles se preocuparem também”.

Antes mesmo do coronavírus chegar na Capital, eles já tinham comprado algumas sementes. Seria uma atividade em família, para que todos pudessem fazer e aprender juntos.

“Começamos a arrumar os fundos de casa. Estávamos com vontade de fazer a horta, mas não sabíamos onde. Resolvemos organizar e pensamos em construir. Já tínhamos comprado as sementes para fazer as mudas e tinha uns vasos antigos. Mas, após montar uma mesa, meu marido sugeriu comprar vasos novos e também a terra para começar”.

A família também já tinha separado uma bandeja para plantar as mudas. A produção começou nesta semana, e em quatro dias já nasceu rúcula. Além dessa cultura, eles também plantaram alface e tomate. “Fiz a mudinha de tomate com a Bia”, diz o irmão.

Mariana relata que Bia é vegetariana, adora tomar sopa com verduras e legumes e ter uma horta para suprir um pouco da necessidade vai ser bom. Além de disso, a plantação vai fazer com que as crianças saibam de onde vem alguns alimentos.

“Vão aprender a ter uma conexão com a natureza e sabendo disso, vão respeitá-la. As crianças precisam saber de onde vem os alimentos, o leite, a importância de plantar”, destaca. “Precisam saber algumas coisas relacionadas às emoções, o que estão sentindo, porque é na natureza que vão se refugiar”.

“Precisam respirar ar puro, mas também mexer com a terra, dar valor à pessoa que planta, que se esforça. Plantar algo é milagroso, pois dá para ver o desenvolvimento da planta”, afirma Mariana.

E assim rotina na casa da família segue. O trabalho é em equipe e todos dias, Bia e Bruno vão até a hortinha para molhar e observar a evolução das plantas. Daqui uns dias, eles poderão colher as verduras e legumes para saborear durante as refeições.

Curta o Lado B no Facebook e no Instagram. Tem uma pauta bacana para sugerir? Mande pelas redes sociais, e-mail: ladob@news.com.br ou no Direto das Ruas através do WhatsApp do Campo Grande News (67) 99669-9563.