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Comportamento

Para melhorar o hábito de leitura, dica é se desafiar em clubes

Sugestão é válida para quem está começando e para quem deseja melhorar o hábito

Por Aletheya Alves | 16/01/2024 07:55
Clube da Leitura é realizado mensalmente na livraria. (Foto: Arquivo pessoal)
Clube da Leitura é realizado mensalmente na livraria. (Foto: Arquivo pessoal)

Criar hábitos pode ser difícil, mas algumas dicas usadas por quem já está no caminho podem ajudar no processo. Benéfica durante toda a vida, a leitura costuma estar entre os desafios a serem desenvolvidos durante o ano. Na matéria de hoje, os clubes de leitura são sugestão para ajudar tanto quem está começando agora quanto para aqueles que querem melhorar o hábito.

Integrante de dois grupos e apaixonada por leitura, a jornalista Laura Silveira defende que compartilhar as experiências com outras pessoas é uma maneira de desenvolver o hábito, sair da zona de conforto e transformar algo que pode ser solitário em coletivo. Pensando nisso, desde o ano passado, ela realiza as leituras com um clube de primas e outra da Livraria Leitura.

Para quem não tem ideia de como os clubes funcionam, Laura conta que cada um faz a leitura individualmente e a discussão é que se torna coletiva. “Nos encontros dos clubes, damos nossas opiniões, o que gostamos ou não do livro lido, e debatemos sobre temas importantes tratados em cada obra”.

De forma geral, a atividade é sentida por ela como um momento de reflexão tanto por poder falar sobre o tema quanto por ouvir e repensar. “A experiência de ler livros fora dos clubes é um pouco diferente porque ela meio que acaba quando o livro acaba, não há essa pós-experiência, mesmo que eu registre. no meu diário de leitura. É algo particular e não coletivo”, diz.

E, mais do que pensar na prática de forma objetiva, a jornalista comenta que a participação em clubes também é uma forma de criar relações, “conhecer pessoas, rir, se emocionar, ouvir opiniões diferentes e refletir sobre elas. Com os clubes, eu percebi que sempre li muito, mas raramente conversava sobre o que lia. Era uma experiência solitária, mas não precisa mais ser”, defende Laura.

Detalhando cada um dos clubes, ela explica que o da Livraria Leitura começou em agosto de 2023, sendo o primeiro encontro em setembro. Foi através de sua prima, Patrícia Dantas Silveira Lopes, que a conexão surgiu.

“A mediadora é minha prima, ela tem um perfil no Instagram que fala sobre livros, o @parasemprelivro, então eu comecei a participar por causa dela. Ele acontece mensalmente, geralmente são dois livros por mês, mas cada pessoa pode ler só um ou os dois”, detalha Laura.

De acordo com ela, não é necessário pagar nada e qualquer pessoa que se interessar pode participar. Os encontros acontecem na 2ª quinta-feira de todo mês, a partir das 19h. “Temos um grupo de WhatsApp onde divulgam os livros do mês e as pessoas podem comentar se já estão lendo, o que estão achando, mas sem dar spoiler”.

O outro grupo em que Laura participa é familiar e começou em janeiro de 2023. “É formado por mim, minha irmã Kelly e duas primas nossas, a Patrícia e a Giovana. Nasceu da vontade de nos reunirmos mais, de termos um momento para conversar, contar como anda a vida”.

Primas decidiram se unir para compartilhar experiências literárias. (Foto: Arquivo pessoal)
Primas decidiram se unir para compartilhar experiências literárias. (Foto: Arquivo pessoal)

Para Laura, o clube foi mais uma forma de fortalecer a amizade e se divertir em família.

“Escolhemos, em conjunto, os livros que serão lidos, um por mês. E aí decidimos o local do encontro, data, horário. Não é nada muito fixo porque é como um lazer pra gente, mas tentamos manter o planejamento na medida do possível. Neste ano já temos a lista dos livros que serão lidos mês a mês. O primeiro encontro deve acontecer no início de fevereiro, e o livro escolhido neste mês foi ‘Amêndoas’, de uma autora sul-coreana”, explica sobre o clube das primas.

Em relação à construção de seu hábito, Laura começou logo cedo, desde criança. Alfabetizada em uma escola de método construtivista, ela relata que a leitura era bastante incentivada.

Dentro de casa, os gibis da Turma da Mônica sempre estiveram por perto e ver os avós paternos lendo jornais e revistas mesmo com quase 90 anos serviu de incentivo. “Eles jamais pararam de ler e isso sempre me inspirou a continuar lendo. Quando minha sobrinha nasceu, passamos a incentivá-la desde bebê a ter contato com livros também”.

“Na minha família, temos vários leitores, de várias idades, inclusive meu padrinho, que começou a amar ler só depois que se aposentou, por exemplo. Acho que a leitura, de certa forma, nos une”, defende a jornalista.

Aos olhos de Laura, ler significa muitas coisas e a experiência continua sendo algo que não fica de fora de seu cotidiano.

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A gente aprende muito, mesmo quando lê livros que, aparentemente, são bobos ou superficiais. [...] Vejo a leitura não só como uma forma de aprender, ou como um hobby, mas também uma pausa fundamental do nosso cotidiano tão acelerado, um hábito necessário para continuarmos sendo humanos, defende Laura.

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