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Comportamento

Pioneira no prato tradicional, 'Maria do Sobá' morre aos 83 anos

Maria Hiroko Mori faleceu na madrugada desta terça-feira (12); velório será às 20h no Bairro São Francisco

Por Jéssica Fernandes | 12/12/2023 12:32
Maria Hiroko Mori faleceu nesta terça-feira em Campo Grande. (Foto: Arquivo pessoal)
Maria Hiroko Mori faleceu nesta terça-feira em Campo Grande. (Foto: Arquivo pessoal)

Referência e uma das pioneiras no sobá de Campo Grande, Maria Hiroko Mori faleceu na madrugada desta terça-feira (12), aos 83 anos. Por mais de 15 anos, ela administrou a sobaria que ficou na memória e deixou saudade em muitos clientes que frequentaram o antigo endereço na Avenida Ernesto Geisel.

Mais velha de oito irmãos, Maria era a segunda mãe da casa. O irmão Tamotsu Mori, de 71 anos, é quem fala sobre a empreendedora que foi um grande exemplo de mulher. Emocionado, ele diz que a irmã era quem cuidava dele e dos demais quando os pais estavam trabalhando na roça.

“Meu pai e minha mãe eram japoneses mesmo, vieram do Japão fugidos da guerra, ficaram três meses dentro do navio. A nossa família foi assim criada tudo na roça. Minha irmã como a mais velha cuidava de nós, lembro muito dela cuidando da gente no rancho, ela era nossa segunda mãe, porque a nossa mãe estava na roça com nosso pai”, diz.

O tradicional sobá Maria aprendeu a fazer cedo com os pais. Ano mais tarde, seria essa receita que a tornaria conhecida no Bairro Cabreúva, onde administrava o estabelecimento com o marido, que faleceu antes dela. O empreendimento, segundo Tamotsu, foi um dos primeiros a oferecer o prato na cidade.

“Ela foi uma das pioneiras no sobá, no yakisoba, todos se lembram da Dona Maria do sobá, é um exemplo de mulher que temos na família”, destaca Tamotsu.

Após fechar o estabelecimento, Maria não trabalhou mais com a produção de sobá, mas seu nome continuou sendo referência. Na época, o sócio do marido, Thosio Hisaeda, 65, abriu um restaurante japonês no mesmo bairro Cabreúva e batizou o lugar de “Dona Maria”.

Conforme o irmão, a vida longe do trabalho acabou mudando a rotina de Maria. “Ela só sabia trabalhar e quando parou de trabalhar vieram os problemas, ela não aguentava ficar parada. Aí começaram a aparecer as dificuldade de andar”, comenta.

Nos últimos anos, Maria precisava de cuidados especiais já que tinha dificuldade de locomoção e em executar outras tarefas. “A morte dela foi natural porque ela não tinha doença, foi a idade também”, explica o irmão.

O velório dela será realizado na Pax Nipo Brasileira, às 20h, no Bairro São Francisco. O enterro será na quarta-feira (13), às 8h30, no Cemitério Jardim da Paz, saída de Sidrolândia.

Maria deixa os irmãos Tamotsu Mori, Paulo Mori e as irmãs Rosa Mori e Shimai. Ela também deixa os filhos Anesio, Amarildo, Everaldo, Lia e quatro netos.

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