Polêmica, mesa junta gay, travesti, lésbica e adolescente sobre "lugar de fala"
Eles existem e estão na universidade pública pesquisando. Um adolescente branco, uma travesti negra, um gay quarentão e uma indígena lésbica são parte da mesa "Lugar de Fala", Corpo e Pesquisa durante as atividades do V Encontro Estadual de Ciências Sociais, dentro da XI Semana de Ciências Sociais e do III Ciclo de Debates (De)marcando Diferenças, nessa semana, na UFMS. A mesa começa às 16h, na Universidade e a entrada é aberta e gratuita.
A mesa de debate tem o objetivo de reunir diferentes pesquisadores e pesquisadoras do Impróprias – Grupo de Pesquisa em Gênero, Sexualidade e Diferenças da UFMS para refletir sobre seus “lugares de fala” em suas próprias pesquisas. Cada um deles está em diferentes momentos da trajetória acadêmica, os participantes são Fabrício Pupo Antunes, adolescente que faz parte do PIBIC Júnior UFMS/CNPq/Novaescola), a travesti negra Ariel Dorneles, mestranda, Tiago Duque, professor de Ciências Sociais da UFMS e a também mestranda indígena e lésbica, Tanaíra Silva Sobrinho. A mediação fica por conta do professor Clayton da Silva Barcelos.
Juntos eles apresentarão suas reflexões sobre corpo, subjetividade, identidade e marcadores sociais da diferença como classe, raça, gênero, sexualidade, etnia, no trabalho de campo de suas pesquisas que envolvem escola, aldeia, cidade e fronteira.
A mesa de debate “Lugar de Fala”, Corpo e Pesquisa será realizada na quarta-feira, às 16h00, no auditório do Complexo Multiuso II da UFMS, em Campo Grande.
A ideia de lugar de fala gera diferentes interpretações, segundo o professor Tiago Duque, o termo tem sido usado para deslegitimar posições, reflexões e análises sobre o diferente, como também é usado para legitimar a ocupação de espaços que historicamente não são ocupados por pessoas negras, indígenas, LBGT's. "A polêmica em torno do lugar de fala é que alguns segmentos defendem que só eles podem falar e qualquer outra pessoa, mesmo teoricamente envolvida, por falar da sua experiência estaria limitado. O que estamos tentando propor, não são só os limites, mas ocupar o espaço e falar sobre o outro. Neste processo, a gente também acaba se expondo e revendo nosso próprio lugar de fala", contextualiza Tiago.
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