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Comportamento

Quase 22 anos depois, Maria ainda não aprendeu dizer adeus a Leandro

Ela ainda tem os primeiros CDs e DVDs e até vinil da dupla Leandro e Leonardo, e fala do amor que sente pelos cantores

Alana Portela | 14/05/2020 06:32
Na cama, Maria Adelaide Souza Nogueira coloca seu acervo de Leandro e Leonardo e segura um dos discos de vinil. (Foto: Arquivo pessoal)
Na cama, Maria Adelaide Souza Nogueira coloca seu acervo de Leandro e Leonardo e segura um dos discos de vinil. (Foto: Arquivo pessoal)

O #tbt desta semana vem em forma de discos de vinil, CDs, DVDs e uma saudade imensa do cantor Leandro, da dupla com Leonardo. No dia 23 de junho completa 22 anos da sua morte por conta de um câncer, mas Maria Adelaide Souza Nogueira diz que ainda não "aprendeu dizer adeus", como dizia a canção da dupla. “Não morreu, está no meu coração”.

Ela era fã de carteirinha, e abriu o baú de casa para falar do amor pelos sertanejos ao Lado B. Aos 58 anos, a dona de casa lembra das vezes que os cantores se apresentaram em Campo Grande, nos anos 90, e comenta sobre a emoção, que ainda está viva em sua memória.

Os CDs, DVDs e discos de vinil que a fã ainda tem dos ídolos. (Foto: Arquivo pessoal)
Os CDs, DVDs e discos de vinil que a fã ainda tem dos ídolos. (Foto: Arquivo pessoal)

“Já se apresentaram algumas vezes por aqui, fui em muitos shows. O último ocorreu em 1994 no Parque de Exposições Laucídio Coelho, foi incrível muito legal e lembro de ter ido junto com meu marido e meus filhos, que eram pequenos na época. Tinha muita gente e o pessoal tentou erguer meu filho para ele ver, foi uma loucura, mas loucura boa. Também teve uma apresentação que eles fizeram no Centro da cidade”, lembra.

Falar do amor de fã sempre mexe com essa “tiete”, e quando o assunto é Leandro, Maria Adelaide não consegue conter as lágrimas. Isso porque, começou a admirar os sertanejos após vê-los se apresentando no programa “Viva a Noite”, que passava no SBT e era apresentado pelo Gugu Liberato.

“Gostei muito do Leandro, ele tinha uma luz, um brilho só dele. O que mais me encantava era sua humildade, sinceridade e quando falava, transmitia uma paz, dizia só coisas boas. Costumava falar pouco, mas sempre bonito”, diz.

Até sonhos ela relata que teve com Leandro antes do seu falecimento. “Aparecia aqui na cidade e se apresentava perto de uma igreja. Tinha um caminhão e ele subiu na carroceira e pedia para dar a mão e subir também, para cantar junto”.

O sonho foi emocionante, mas ao mesmo tempo misterioso. “Lembro dele ter tido que ia morrer de câncer. Esse sonho foi no dia 15 de janeiro e meses depois, durante uma pescaria, ele passou mal e descobriu que estava com tumor”, recorda.

Leandro foi diagnosticado com tumor no pulmão em abril de 1998, chegou a fazer tratamento e até viajou para os Estados Unidos, onde fez exames. Voltou para o Brasil e passou a se tratar em São Paulo, mas em junho a situação piorou e no dia 23, faleceu de falência múltiplas dos órgãos.

Maria Adelaide mostra o disco de vinil que tem da dupla e, na mão esquerda, uma foto que guarda dos sertanejos. (Foto: Arquivo pessoal)
Maria Adelaide mostra o disco de vinil que tem da dupla e, na mão esquerda, uma foto que guarda dos sertanejos. (Foto: Arquivo pessoal)

“Foi muito triste, assisti e gravei o velório de despedida dele”, diz a fã. Em agosto daquele ano, ela recorda que o Leonardo voltou a fazer show na Capital. “Não podia deixar de ir porque o irmão dele tinha falecido. Leonardo estava triste e no meio do show, mostraram Leandro cantando no telão, foi emocionante”.

Leandro se foi, mas o amor pelo cantor e pelo irmão não morreu. Por isso, Maria Adelaide tem os CDs, DVDs e até os discos de vinil guardado. “Esse acervo é minha riqueza. Ouço sempre, principalmente agora na quarentena coloco as músicas deles e canto. Penso até em comprar outro tocador de disco só para ouvir o LP”.

Sabe todas as músicas antigas de cor, mas sua preferida é “Não aprendi dizer adeus”. “Porque não aprendi mesmo”, destaca. Ela ainda acompanha a carreira de Leonardo e sonha em conhecer o ídolo. “Gostaria muito de vê-lo pessoalmente, para abraçar e quem sabe um dia consigo”, finaliza.

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