Sem esperar aplausos, policial emociona ao tocar na UTI da covid
Teófilo fala sobre a emoção de levar uma dose de esperança através da música para quem se recupera da covid
Mais uma vez a música aparece como expressão de acolhimento e conforto em meio às dores e traumas causados pela covid-19. Nesta semana, o enfermeiro e policial militar Teófilo Rafael emocionou profissionais da saúde durante apresentação de saxofone pelos corredores Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
Teófilo esteve em dois setores, um deles com aproximadamente 6 pacientes em recuperação das sequelas deixada pelo vírus. Depois se deslocou aproximo até outra unidade onde há pacientes intubados. O policial não se aproximou dos pacientes, mas tocou ali mesmo com intuito de levar uma dose de esperança mesmo a quem está inconsciente. “Acredito que a música é capaz de transformar até essas pessoas. Além disso, é um alento e uma paz também aos profissionais que estão lutando diariamente pelas nossas vidas”, diz o militar.
Teófilo está na Polícia Militar de Mato Grosso do Sul há treze anos e há seis faz parte da capelania, levando um trabalho voluntário a hospitais da cidade. Com habilidade em violão, saxofone e clarinete, ele também é músico desde os 7 anos de vida.
“Nasci numa família de músicos, então aprendi tocar muito cedo. A música sempre foi transformadora na minha rotina, por isso, é uma felicidade imensa levá-la até essas pessoas”, explica.
O trabalho voluntário que realiza é na Santa Casa, mas há algumas semanas equipe do HU esteve no hospital e solicitou a participação de Teófilo também na unidade deles. “Eles nos viram e fizeram um convite. Primeiro aguardei autorização do comandante e ontem estive no hospital. Foi uma emoção muito grande”.
Apesar de já estar acostumado com a tarefa voluntária, Teófilo diz que é impossível segurar as lágrimas no ambiente silencioso e sem aplausos. “Temos memórias que estão muito ligadas a música. Então ela nos leva a reflexão. Quando a gente toca para essas pessoas estamos muitas vezes fazendo uma reflexão sobre a vida, talvez, conseguindo até levar um sopro de alegria ou esperança”.
O policial entende que vive um momento difícil, ano passado ele covid-19 e chegou a ficar três dias internado. “Sei o quanto é angustiante, para quem adoece e para os familiares. Então quando eu toco, eu imagino estar cuidando também dessas pessoas e retribuindo as coisas boas que eu recebo nesta vida”, encerra.
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