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Comportamento

Sonho deixou maquinista milionário, mas Alfredo acabou como engraxate

Trabalhador da Noroeste do Brasil conseguiu vencer na loteria e no jogo do bicho

Por Aletheya Alves | 25/01/2024 07:13
Alfredo Silva em fotografia vestido com o uniforme de maquinista. (Foto: Arquivo)
Alfredo Silva em fotografia vestido com o uniforme de maquinista. (Foto: Arquivo)

Em julho de 1936, o maquinista Alfredo Silva sonhou com um cavalo na corrida e, com o número 44 em mente, conseguiu vencer tanto na loteria quanto no jogo do bicho. Foi assim que o trabalhador da Noroeste do Brasil se tornou milionário, mas acabou a vida como engraxate.

Partes das histórias sobre Alfredo estão registradas no Álbum Gráfico de Campo Grande, produzido pelo jornalista Benedito Leitão, mas detalhes maiores foram reunidos por Paulo Coelho Machado.

Diz o autor que Alfredo, depois de sonhar com o cavalo de corrida, queria um bilhete que tivesse o número “44” no final. Na lotérica “A Preferida” encontrou o 13.744 e, apesar de não ter gostado do número inicial, comprou mesmo assim.

Viajando para Bauru, apostou no cavalo e, quando retornou para Campo Grande, viu que tinha ganhado mil contos de réis na Loteria Federal. E, para completar, 10 contos no jogo do bicho. Por isso, ficou conhecido como “1.010”.

“Fretou um vagão-cabine, bradando aos quatro ventos que daí por diante passaria a ser somente passageiro e exigente. Enchei o carro de mulheres recrutadas na famosa Rua 7 e lá se foi, ditoso e felizardo, para Bauru e São Paulo receber os polpudos prêmios”, escreveu Machado.

Com 40 anos na época, Alfredo voltou para Campo Grande e se casou com uma jovem que exigiu um dote em dinheiro. Os dois moraram em um sobrado na Rua 14 de Julho, na época em que se chamava Rua João Pessoa.

De acordo com o levantamento de Machado, o casal se separou e conseguiram um divórcio amigável. Mas, com o tempo, foram aparecendo os supostos filhos de Alfredo, pedindo por teste de paternidade.

Sem manejar as riquezas, o maquinista foi perdendo o dinheiro até que precisou voltar a trabalhar, desta vez como engraxate na 14 de Julho.

Registro no Álbum Gráfico de Campo Grande indicava propriedades de Alfredo. (Foto: Arquivo)
Registro no Álbum Gráfico de Campo Grande indicava propriedades de Alfredo. (Foto: Arquivo)

Já no Álbum Gráfico de Campo Grande, Alfredo ficou registrado como “o maior proprietário de Campo Grande”. O documento é da década de 1930.

“Dizem que a fortuna é cega. Muitos a procuram e a topam, no caminho da vida, e no entanto não sabem servir-se dela. Outros, mais inteligências, que achando a Cornucópia, dela produzem para si e para outros”.

De acordo com o álbum, Alfredo decidiu investir em imóveis de Campo Grande e se tornou o maior proprietário de imóveis.

Nas fotos, ele aparece em frente a um edifício na Rua Barão do Rio Branco e também na 14 de Julho.

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