Suando em bicas, povo elege o Centro como o "inferno particular" de Campo Grande
Com os termômetros chegando próximos aos 40 graus, dá cada vez menos vontade de sair de casa, ainda mais com este tempo seco. Mas quando você sai, aonde está o inferno em Campo Grande?
O Lado B foi para a rua e a maioria elegeu o pior ponto nesta primavera que ferve. Todo mundo quer ficar o mais longe possível do Centro, o nosso “inferno particular”.
Dando uma rápida volta bem no coração da cidade, a praça Ary Coelho, dá para ver que as pessoas estão bem incomodadas de ter que sair de casa, seja para trabalhar, para ter que fazer compras, pagar contas ou alguma outra coisa. E o sorvete, garapa, garrafa de água se tornaram indispensáveis, assim como a passadinha ao lado do chafariz.
As pessoas dizem fazer de tudo para ficar o menor tempo possível na região. “Aqui realmente é o lugar mais quente da cidade, tento vir o menos possível e quando tenho que descer pra cá tento ficar pouco tempo”, diz a recepcionista Lorena Carla dos Santos. “Gosto de vir de manhã, não é tão quente”, recomenda.
Sentada num cantinho com sombra, em volta do chafariz da praça e com os dois filhos pequenos, a dona de casa Alessandra Arguelho lembra que não tem como ser diferente, por conta da alta concentração de carros. Ela não largou a garrafa de água durante a entrevista.
“Aqui tem muito concreto, o que faz com que algumas fiquem com poucas árvores. Quando viemos pra cá temos que andar bastante, ir em vários lugares, isso faz com que fiquemos com mais calor. Ainda bem que achei esse pedaço com sombra aqui, é muito disputado”, diz ela, vendo que o cantinho no chafariz ficava cada vez mais cheio de gente. “Antes de vir pra cá, confesso que entrei em algumas lojas só por conta do ar condicionado”, revela.
O chapeiro Gilson de Sousa Laureano conta que já até virou amigo de um vendedor de garapa ali do Centro. “Ele fica ali na Afonso Pena perto da Calógeras. Tem dia que vou lá mais de uma vez, está muito quente e aqui é mais. Nós já se tratamos pelos nossos nomes, de tanto que nos vimos”, pontua.
Mas não é todo mundo que reclama do calor. Elielton Padilha estava embaixo de uma sombra com seu isopor já um pouco vazio. Ele vende garrafas de água e garante que suas vendas aumentaram bastante desde que o sol chegou com força total. “Cresceu pelo menos uns 20%. Eu vendo pipoca também e a venda dela diminuiu um pouco”, detalha.
E não é porque sua renda melhora com o calor que Elielton discorda da maioria das pessoas. “Aqui realmente é o lugar mais quente, no bairro faz bem menos calor. Até percebo uma diminuição de pessoas, principalmente de crianças aqui pela região central”, comenta.
Uma única entrevistada não concordou com a opinião dos demais. Para Gláucia Lemes de Brito, que faz serviços gerais, o bairro onde mora, a Moreninha, é bem mais quente que o Centro. “Com certeza aqui faz menos calor, tem mais vento. Prefiro vir pra cá fugir do calor do que ficar em casa, ainda mais quando trago um tereré gelado”, indica.
E para você, qual é o lugar mais quente da Capital?