Tarefa da escola vira livro onde Acsa conta rotina da família da casa amarela
"Na casa amarela tem uma família que mora nela e um girassol na janela". Aos 6 anos, é esta a introdução do livro que Acsa escreveu. A tarefa da escola virou publicação com direito até a noite de autógrafos.
A menininha é a do meio de um trio e atualmente se despede da cidade de Laguna Carapã e em consequência da mudança, também vai deixar para trás a casa amarela. "Eu moro com meu pai, minha mãe, eu, meu irmão e meu outro irmão", conta ao telefone.
Tem pouco mais de três meses que a historinha ganhou formato de livro. Desde os 3 anos Acsa é familiarizada com as letras. Fruto do trabalho de alfabetização que começou dentro de casa. "Ela escreveu em dois dias e ilustrou", conta o pai, Jucélio Pereira de Brito, de 38 anos.
O enredo da narrativa é simples, mas tão genuíno. Em 10 páginas, Acsa retrata a rotina que ela vive dentro de casa. "Nessa família tem um menino cabeludo que sonha em inventar coisas para o mundo e tem também um menininho muito espertinho que gosta de ferramentas e um martelinho", explica os papeis que os irmão desenvolvem.
Criativa e muito observadora, Acsa passou para o desenho e as palavras o que vê em casa, como por exemplo o pai que "pela manhã sai todo engomado para o trabalho e toda tarde volta para casa feliz e desarrumado".
A casa amarela da família Brito tem, na descrição da menina, o som de passarinhos, amor e muito carinho. Também tem boneca e carrinho, violão e canção e abraços de montão. "Essa família adora viajar em histórias em quadrinhos ou num livro de ninar".
A poesia que sai da cabecinha da autora foi notada pelos pais e amigos. Na escola, a tarefa de fazer um livro foi passada no último bimestre e já nas férias, os pais decidiram digitalizar, alterar pequenas coisas e fazer um "piloto". "Saiu desse universo do nosso lar e de casa e as pessoas começaram a ver", relata o pai. Amigos da dona de uma gráfica, os pais decidiram então imprimir as ideias da menina.
"Gostamos disso, de incentivar os livros e os filhos para o mundo da literatura e da escrita e de alguma forma, deixar um legado", justifica. A festa da noite dessa quinta-feira era uma despedida da família da cidade, mas que foi aproveitada para distribuir os 50 livros da primeira tiragem. "
Quem vai estar lá? As amiguinhas e a família", diz Acsa. Se ela se sente como escritora, Acsa repete a pergunta e responde que ainda não sabe, mas que gostou do livro. "Fiquei tão feliz", comemora.
O pai descreve a surpresa dela ao ver sair de dentro da caixa tantos exemplares. "Foi uma reação ímpar, ela ficou contente, não imaginava aquela quantidade de livros".
Administrador de empresas, para o pai é gratificante ver que o incentivo desperta aptidões naturais dos filhos.
"A gente tem tentando ver com essa simplicidade, como algo natural. Estamos tendo um retorno do que a gente fez lá atrás, desde o primeiro dia de vida, quando tentamos transmitir conhecimento e valores e agora estamos vendo isso florescer", compara o pai.
Sobre a carreira no mundo da literatura, a gente percebe pela ordem da resposta que a menina quer é ser feliz. "Eu quero ser cantora, mãe, ajudar as pessoas e escrever livros", fala a pequena.
A família tem poucos livros, mas quem se interessar, pode procurar pela mãe de Acsa no Facebook ou no e-mail: patricia.c.britto@hotmail.com. Por enquanto, a menininha não tem ideia do que, mas quer continuar escrevendo.
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